A Amelie
Já vos falei aqui da Amelie mas nunca vos disse quem ela realmente é. A Amelie é alemã. É estudante de intercâmbio. Escolheu Portugal para passar um ano da sua vida. Um ano importante. Atirou-se ao desconhecido. Uma nova familia. Nova terra. Nova lingua. Novas pessoas. Tem apenas quinze anos. E já visitou montes de países europeus. E fala montes de línguas (alemão, inglês, português, italiano, latim e talvez me tenha esquecido de alguma). E tem um metro e oitenta. E cabelo loiro. E eu adoro-a. É das melhores pessoas que já conheci. É diferente. Especial. Melhor, na minha opinião. Melhor do que o que se vê neste mundo monótono e igual. É inteligente. Super inteligente. Atlética (pratica volei e atletismo). Aprende ainda a tocar violoncelo. E faz parte de um grupo de teatro. E lê muito (já leu montes de sagas!). E arranja tempo para isto tudo. E aplica-se nisto tudo. E eu gostava de ter esta vontade de fazer coisas, de aprender. A Amelie absorve tudo à sua volta. Não é superficial. Quer mesmo saber e conhecer o mundo que a rodeia. Dá valor. Interessa-se. Ao lado dela, sinto que todos nós somos falsos e estúpidos. Superficiais. Literalmente. Ela é verdadeira. Contra mim falo. Esta sociedade que eu conheço de portugueses jovens é uma porcaria agora que sei o que há lá fora. O que há mesmo lá fora. Há minha volta tudo o que há são aparências. Ninguém quer saber. Ninguém se interessa verdadeiramente pelo outro. Somos estúpidos. Isto tudo é uma estupidez. Ou então eu é que não conheço nada. Apenas falo do que vejo. Voltanto à Amelie. A Amelie faz perguntas do tipo 'és feliz?' e ouve ansiosamente tudo o tivermos a dizer. Pergunta umas quatro vezes ao longo do dia se estamos bem ou tristes e o que pensamos. Partilhamos o gosto pela saga twilight (a Amelie não gosta do pattinson! isto não partilhamos :P) e pelos jogos da fome. E músicas. A Amelie começa a cantar e a dançar em qualquer lado se se lembrar de uma boa música. No problem. É adorável. Divertida. Corajosa. Vivida. É das melhores pessoas que já conheci. E vou adorar manter contacto com ela depois deste ano. Não vale a pena sequer pensar na sua ida. Vai acontecer. Ponto. E tudo bem. Teremos ainda casas para partilhar. E muitas viagens para viver.