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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

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15 de Novembro, 2013

Genialidade

Inês

Andamos a estudar em português Fernando Pessoa. Depois de analisar a sua vida e obra, as suas ideologias e perspetivas assim como as dos outros grandes que trouxeram o modernismo para Portugal, chego à conclusão que, qualquer destes ou outras grandes pessoas com grandes feitos, têm uma pontinha de diversas coisas levadas ao extremo e que, se vivessem ao nosso lado ou fossem nossos colegas, nós, provavelmente, ignoraríamos e pensaríamos na 'maluquice' dessa gente. A verdade é que a 'maluquice' é a criadora de coisas nunca antes vistas, obras inéditas, talentos grandiosos. Entenda-se por 'maluquice' a diferente perceção do mundo, do Homem, da sociedade, da vida, do eu (essas tretas todas) . Diferente é suficiente, na verdade. Pode ser boa ou má mas diferente é a base para a criação épica. Tudo o que é diferente (e diferente com a força da sua palavra, diferente mesmo) choca, surpreende, provoca, agita. Uma inteligência digna de destaque pode ser usada para causas boas e causas más. É lógico entender que tanto pode criar curas para doenças ou avançadíssimos equipamentos tecnológicos como bombas nucleares. O fim com que se utiliza essa genialidade é das coisas mais importantes. Tudo isto para dizer que me impressiona de certa forma esse facto de que os grandes senhores da história não eram normais. Podiam levar vidas normais mas não o eram, de facto. Génios são génios e não há muitos por aí. E aqui lembro-me de um outro aspeto. Alguns viram as suas obras reconhecidas, outros viveram na miséria provocada pelos outros da sua época ou apenas porque nunca conseguiram alcançar a felicidade. Falo de Camões e Fernando Pessoa, respetivamente. Já viram o quão assustador deve ser nunca conseguir ser feliz? Felicidade não é algo permanente (acho que todos percebemos isso) mas, em alguns momentos ao longo da nossa vida, cada um de nós há-de conseguir alcançar esse estado, esse auge. Não encontro outra coisa pior do que não encontrar esse momento. Não encontro mesmo. Poderia morrer da forma mais horrorosa ou viver da maneira mais tortuosa que, se já tivesse tido, pelo menos uma vez, esse momento, acredito que morreria, no meu interior, com a ideia de missão cumprida, vida vivida. A maior das torturas vem da nossa mente. O não conseguir chegar à felicidade porque se pensa demasiado em tudo o resto e, mesmo que seja o nosso maior desejo, não se consiga desligar essa máquina cerebral deve ser das maiores torturas. A pior delas todas. Nesse caso, ser irracional é uma bênção. A frase 'the less you care, the happier you will be' é completamente verdadeira e eu acredito nela. E para os que acreditam e querem à força toda não se importarem (care not) e mesmo assim não conseguem? Não conseguem simplesmente porque há coisas que não se explicam e essa é uma delas. Quão tortuoso deve essa ideia ser, esse estado de espírito constante, permanente? Como disse, as torturas vêm da nossa mente, do nosso medo, da capacidade que temos de ligar todas as nossas vertentes (corpo, alma) e de sentir tudo o que elas nos transmitem mas também da nossa mente vem a genialidade. Essa raridade que se toca a alguns e que bem aproveitada dá origem às mais aclamadas histórias, músicas, invenções, obras! da história da humanidade. Fascina-me pensar nestes assuntos. O lado bom e mau, injusto, sombrio e triste deste homens génios que são génios sem o saber ou talvez tendo a completa noção disso e da 'inferioridade' intelectual dos restantes mortais. E depois termino por pensar que prefiro mil vezes ser uma comum mortal, com pouca ou nenhuma genialidade, mas que tem a simples capacidade de aproveitar um momento feliz. Porque é tão triste pensar que há e houve gente por esse mundo fora que, embora génios, não consigam fazer uma coisa tão simples quanto essa de ser feliz.