Happy fool
Então aqui vai: eu e o Lid já não namoramos. Trinta e cinco dias a seiscentos kms de distância revelaram-se fatais e terminaram com o que havia entre nós. Na verdade, nem foi preciso tanto tempo. Ao fim de duas, três semanas eu já tinha percebido que algo se passava tendo em conta o silêncio do outro lado. De uma forma surpreendentemente positiva, eu estou bem. Ótima arrisco-me a dizer. Esta situação poderia facilmente ter acabado com a minha golden era mas não. E não sei bem explicar porque não. Penso que o facto de não ter havido uma diferença imediata e de termos continuado amigos foi importante. Ele continuará a ser o meu par na viagem medieval (lembram-se que eu participei o ano passado na medieval e adorei e claro que ia participar este ano mas faltava-me o par e então vá falar disto ao Lid ainda antes de pensar sequer nele como namorado). Isto é estranho. Primeiro, porque era impensável pensar, há uns tempos atrás, em dançar com um qualquer rapaz de forma confortável. Na minha cabeça, qualquer situação desse género seria super awkward. Mas agora, mesmo com tudo isto, eu sinto-me bem com ele. Continuo a sentir-me muito bem com ele. Rimos, falamos, partilhamos música e outras coisas. Basicamente, mantemos a mesma relação mas sem a proximidade física. Sinto-me, com o Lid, de uma forma que sempre idealizei sentir-me com um rapaz mas nunca acreditei verdadeiramente que se tornasse realidade. Continua a ser das pessoas mais especiais que passaram na minha vida e alegra-me pensar que assim se vai manter. Como amigo. Especial. Será sempre especial. Amigo até nem será a palavra correta. Ex-namorado também não me soa nada bem. Especial assenta bem. É aquela pessoa especial. Gostava que o algo de especial que tínhamos entre nós tivesse durado muito mais tempo. Dois meses, sendo que não considero um deles de namoro em condições, sabe-me muito a pouco. Ainda havia tanto para fazer com ele, para viver com ele. Claro que, sendo amigo, ainda poderei fazer algumas dessas coisas mas já não será o mesmo. Passei estes últimos dois dias com ele por causa dos ensaios para a medieval. Horas e horas ao lado dele. Era o que mais ansiava e agora, finalmente, que este momento chegou é tão estranho não poder abraçá-lo, tocar nele, beijar aqueles lábios. Tanta coisa que desejava fazer! Tenho que fazer um esforço para manter a distância e noto que ele também o faz. É esquisito manter a distância assim de uma pessoa com a qual já fomos tão próximos. No meio daquelas aquelas horas todas que passamos juntos neste fim-de-semana houve coisas que me deixaram confusas. Por um lado deixaram-me bem mas com um sentido de 'esperança' (não encontro palavra melhor mas acho que esta é demasiado forte) que pode ser muito mau. Mostrou-me uma música (que deixo aqui em baixo para ouvirem) que cantou baixinho enquanto estávamos encostados apenas por um ombro mas que já me fez querer saltar-lhe para os braços e enchê-lo de beijos. Não sinto, sinceramente, que a nossa história tenha acabado. Admito que não quero o seu fim. Não quero parecer parva, ridícula nem demasiado adolescente mas não quero, mais que tudo isto, o fim. E talvez isso também explique este meu espírito pouco em baixo. Seja como for, há demasiado em que pensar e fazer para estar agora a deprimir. Como já se tornou hábito, a semana que se segue está mais que preenchida. Entre ensaios para a medieval, uns dias na serra da estrela com o meu irmão, primeiros dias de trabalho na loja, a quarta edição da minha feira e a viagem medieval em si prevejo pouco tempo para respirar e ficar triste. Por mais contrastante que isto pareça, tendo em conta este post, continua a ser o melhor verão de sempre.