A um passo fora do secundário
A coisa que mais me impressiona, e tem vindo a impressionar cada vez mais, é a passagem do tempo. Reflito e reflito acerca da rapidez do tempo e não me canso de surpreender. Até os momentos menos bons passam rápido agora. Ainda não tinha chegado a tal fase. Que os bons passam depressa não há, nem nunca houve, dúvida mas os maus também? Talvez isso venha do facto de que nada é realmente mau ou tenha sido, ou venha ser. Há dias, e se os há!, em que me sinto verdadeiramente em baixo mas mesmo esses dias passam e depois vêm outros em que eu sou a pessoa mais feliz do mundo. E agora falta uma semana de aulas para terminar o décimo segundo. E, visto que não pertenço àquele grupo de alunos que gostou tanto mas tanto ao ponto de repetir, é também a última semana de aulas de escola como sempre a conheci até hoje. Poucas coisas me impressionam mais do que isto. Ontem fiz o meu último teste, foi de Mátematica só assim para terminar em beleza, pareceu-me que compensou as tardes e tardes que tenho passado a estudar. É a reta final. Dos últimos esforços. Dos exames. E, embora sinta que tenho cada vez menos certezas acerca de como vou gastar o meu próximo ano, as notas têm de estar lá para aguentarem com qualquer decisão. Outra coisa que me impressiona é o quão bem eu estou com o final. Podia estar triste, triste, triste por acabarem dos melhores anos da minha vida. Mas não consigo. Porque há tanto que se avizinha, que espera ansiosamente pelo fecho da escola, tanto para viver que não consigo estar triste. Esse tanto anima-me, entusiasma-me e sabe bem senter-me assim.