Ainda acerca de Esther Perel
Há uns tempos estava a ver o episódio "Monogomy" da Série Explained (recomendo, super interessante!) quando um dos intervenientes lança a seguinte ideia: a monogomia pode não ser um processo natural (e tudo aponta para que não o seja), porém, os humanos são capazes de inúmeras coisas anti-natura e muitas delas são positivas pelo que a crença e o esforço em sermos e nos mantermos fiéis a uma só pessoa pode ser uma dessas coisas que apesar de anti-natura nos dão, de certa forma, mais valor. Fiquei a pensar nisso porque estava presa na ideia de que se a monogomia não é natural, então para quê insistir na ilusão? Apesar de até partir de uma ilusão, na verdade, pode haver um fundo positivo nessa ideia. I mean, claro que isto não é tão simples quanto "claro que trair é mais fácil do que ser fiel". Não é isso. Isso já sabemos. A questão é se é possível ser feliz uma vida inteira com a mesma pessoa ao lado e não sentir a necessidade, em algum ponto, de conhecer outra pessoa porque não é natural manter o mesmo interesse pela mesma pessoa durante 50 anos. Apesar de não ser natural, o nosso esforço em nos dedicarmos inteiramente a uma pessoa é, de certa forma, bonito - Tenho dificuldade em dizer algo de um ponto de vista "absoluto". Para mim, é tudo "de certa forma" pois nada é 100% bom ou mau. A fidelidade é 100% recomendável? Não sei. A infidelidade é 100% má? Não sei. Há perspetivas para tudo e as circunstâncias são o mais importante. - No entanto, continuo mais inclinada para a ideia de que a fidelidade é um esforço em vão na busca por felicidade na nossa vida. De qualquer forma, admito que secalhar eu estou no lado "fraco" da história pois não acredito que me possa esforçar e ser bem sucedida. Sendo que o bem sucedida implica que eu esteja feliz. Well, talvez só tenha conhecido as versões erradas e esteja rodeada de maus exemplos. Só a vida para me mostrar a verdade.