Alvor 2020 #11 #12
Ontem tive um dia calmo. Domingo. A Cristina deu-me pouco trabalho e convidou-me para almoçar em casa dela, com a sua família. Acho isso uma atitude muito porreira, sendo domingo o dia da família. E tenho estado satisfeita pois apesar de às vezes não fazer tudo como ela idealiza, recebo na mesma elogios acerca da minha companhia e da qualidade das minhas tarefas. Sabe sempre bem ouvir elogios. Além disso, ela tem uma casa fantástica que pude comprovar uma vez mais e tirar algum proveito. Depois disso, já após as 18h, fui dar uma volta pela vila de Alvor e comer o primeiro gelado desde que cá estou. Aproveitei para meter conversa com a rapariga que lá trabalha. Já a tinha apanhado uma vez e foi muito simpática. Agora conheci mais da Iris que tem apenas 17 anos e está dividida entre o teatro, a pastelaria e a hotelaria. Incrível pensar que tenho mais 8 anos que ela. Fds. Regressei a casa e aproveitei o tempo no terraço, apesar de não ter luz. Peguei no pc e pus as minhas músicas: algum Dino d'Santiago, algum Conan Osiris, alguma Beyoncé. A nossa música é sempre a nossa casa. Abrir o meu pc também me faz sentir em casa. É o meu pedacinho. O meu plano era dormir no terraço e aproveitar o céu algarvio. Talvez ver uma estrela cadente. Ainda adormeci mas acordei com algum frio e comecei a espirrar pelo que achei melhor desistir da ideia e dormir no conforto da cama da camarata.
Hoje, décimo segundo dia, combinei com a Cristina começar a trabalhar às 8h e sair mais cedo para apanhar o autocarro para Lagos. Ontem ela tinha-me dito que nem vinha à casa hoje porque não era preciso, hoje apareceu aí às 8h30... Apanhou-me ainda a tomar o pequeno-almoço o que não era suposto porque eu já devia estar a trabalhar... Ela com as horas não é certa, ora diz que não vem ou que vem mais tarde e aparece sempre mais cedo. Quase até parece de propósito mas depois não me chama a atenção, nada disso... Só que é chunga eu "falhar" nos horários. De qualquer forma, hoje tinha pouca coisa e terminei tudo antes das 10h30. Fui calmamente para a paragem de autocarro, ainda tomei café e destroquei dinheiro (covid...). Meti conversa com três pessoas: uma senhora inglesa que não me soube dar indicações de nada mas tentou; um rapaz de 16 anos que estava a acampar aqui com amigos e estava à espera do autocarro para o Porto e nem tinha a certeza se era ali a paragem dele, e um terceiro, o Abi que é indiano, tem 21 anos e vive em Alvor há 2. Eu é que comecei a falar com o Abi mas ele depois não se calou. Possas. Só me aparecem duques. Nos primeiros 5 minutos falou-me 4min59 sobre a ex-namorada que ainda amava e que o deixou porque "não sabia falar português". Enfim... É com cada uma... Fez me companhia até Lagos onde me mostrou as ruas principais e a praia. Depois abalou e, honestamente, fiquei contente. Ele era um bocado chato e pouco interessante. Acho incrível a falta de capacidade que as pessoas têm para ouvir os outros e ser minimamente simpáticos. I mean... também a minha amostra não é grande, mas quando te fazem uma pergunta, o mínimo que podes fazer para demonstrar algum interesse é simplesmente perguntar "e tu?". Simplesmente retribuir a questão. Tem acontecido montes de vezes, eu fazer questões e até mandar uma ou outra dica acerca de algo pessoal e a pessoa com quem eu estou a falar não dar qualquer seguimento, o que demonstra um desinteresse enorme e que nem sequer está a ouvir o que eu estou a dizer. Fds. Não conheço uma pessoa de jeito. De resto, instalei o Tinder. E desinstalei-o a seguir. Catálogo? Não, obrigada.
Em relação a Lagos, achei uma cidade bonita com umas praias agradáveis. Muito pessoal alternativo nas ruas e bares que prometem loucura. Não achei fascinante mas também não a explorei da melhor forma. A companhia também pecou nisso. Fica prometida uma futura visita.