Prometia tanto
Cruzei-me com um grupo no meu facebook cuja última atividade foi há quase quatro anos. Terceiro ano de universidade, grupo da AIESEC, memórias de um dos eventos que mais me orgulho em deu e um dos dias que recordo com maior felicidade, memórias também das semanas que passei em Itália. A minha cara naquelas fotos era radiante. Prometia tudo. Eu pensava que a vida me reservava coisas extraordinárias. Eu estava a fazer coisas extraordinárias. Fui sozinha daqui para Itália passar dois meses, viver com duas famílias de acolhimento. Cheguei lá, embati de frente com uma família hippie, vegan e hindu. Chorei nos primeiros dias. Não era nada daquilo que eu estava à espera. Passou pouco tempo até me apaixonar por eles. Chorei muito mais quando tive que regressar. Passado quatro anos estou sentada a uma secretária a fazer o correio postal. Prometia tanto. Tenho tantos sonhos. Tantos planos. Tenho 24 anos. Parece-me tanto e tão pouco. Vendo estes posts de há quatro anos, olho pela janela, os carros todos estacionados, penso na desilusão em que me tornei. Por outro lado, fiz algumas coisas das quais me orgulho e que tenho que me esforçar a relembrá-las. Quero demais. E isso é, sobretudo, desgatante.