Criatividade
Uma das coisas que mais me fascina é a criatividade dos artistas, a capacidade de fazer nascer algo novo, de criar, de inventar. E sobretudo o facto de saírem coisas espetaculares, que me dão arrepios e que me dizem muita coisa. Falo sobretudo de música que é o que mais me toca. É para mim realmente fascinante. Fascínio é a palavra certa. É não perceber de todo acerca de como aquilo feito e adorar absolutamente. Provavelmente este fascínio vem da minha criativiade nível zero. Não sou criativa, de todo. Não desenho, não canto, não toco instrumentos, não danço especialmente bem, não represento e não tenho qualquer jeito para a moda (nem vos conto a quantidade de vezes que estou na secretária do meu trabalho arrependida com'ó caraças do conjunto horrível que tive ideia de vestir de manhã). Enfim, não se encontra em mim nenhum talento, nem dos mais conhecidos nem dos menos. Apesar disso, sou viciada em música. Adoro. Sou das pessoas que conheço que mais gosta de música, que se vicia, que ouve música todos os dias. Não creio que haja um dia que eu não oiça qualquer coisa. Posso ir no caminho casa-trabalho de 7 min que ligo logo o spofity para ouvir algo. Ou o rádio. Se há vício que tenho é o de ouvir música, definitivamente. E com muito gosto! A música dá-me vida.
Ter encontrado os Måneskin nestas últimas semanas, relembra-me desta espetacularidade que é termos artistas e do quão espetaculares eles são (na falta de palavra que se adeque melhor). Um grupo formado por quatro jovenszitos que se conheceram aos 15 anos. Quais são as probabilidades de aos 15 anos encontrares 3 pessoas com quem vais criar magia? O que é ainda mais mindblowing é também o quão novos são. Mas enfim. Claro que são casos raros e, por isso, é que vingam. Aliás, haverão milhares de outros grupos que não têm sucesso e não são conhecidos mas existem, tentaram (ou tentam), simplesmente não têm o clique, a química e a dinâmica certa que, por exemplos os Måneskin têm. Ou Queen, Artic Monkeys e tantos outros...
Creio que, de facto, apenas fico mais deslumbrada dada minha falta de veia artística. Não saberia nunca como juntar duas notas ou formar um ritmo. Não saberia nunca criar algo do zero. Teria que ter sempre algo. Não cabe na minha cabeça a criação artística. É com muita dificuldade que tento distinguir os instrumentos numa música mas tento. Agora como chegaram lá? Sei lá, não cabe na minha cabeça! Na semana passada ouvia o podcast Reset, a conversa entre a Bumba e a Capicua e elas diziam ser impossível para elas imaginarem sequer o que é uma potência, tipo um 9 elevado a qualquer coisa. Tipo o que é isso? O que é imaginar isso? Eu identifiquei-me com esse discurso. Também não consigo imaginar muita coisa que aprendi nas matemáticas, cálculos e muito menos álgebra (mas o que é algebra?, passei com um mísero 9.5 e não sei rigorisamente nada). Tipo, não dá para visualizar. É igual nas artes, para mim. Fui feita para apreciar e vibrar, apesar de não perceber nada do que está por detrás daquela obra-prima. Talvez por isso é que goste tanto.