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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

23 de Outubro, 2021

A Assistente

Inês

Acho que ainda era Agosto quando o Eng. me chamou lá ao gabinete dele e me disse que tinha que me arranjar uma assistente. Isto porque estivemos numa reunião e o meu telefone não parava de vibrar. O Eng. percebeu que para eu avançar para certas tarefas teria que me tirar outras. Foi assim que começou. Entrevistei três jovens mulheres como eu e não gostei da sensação de ter que as testar e, de no fim, ter que selecionar uma delas e descartar as outras. Em conjunto com os RH mas com o peso das palavras do Eng. "A Inês é que sabe, você é que vai trabalhar com ela", selecionamos uma, a mais nova. O primeiro erro. Aceitou, ficou contente e depois no dia de aparecer, ligou a dizer que já não estava interessada porque tinha sido selecionada noutra vaga mais atrativa que a nossa. Compreendo e até poderia ter feito o mesmo. It's a wild market mas ficou registada a primeira falha e, ainda por cima, em frente a toda a organização pois o posto de trabalho já estava construído para a receber assim como a calendarização da formação, etc. Mas enfim. Avançamos para a segunda opção.

Isto da "assistente" deixou-me muito nervosa e foi motivo gerador de grande stress para mim nas últimas semanas. É, sem dúvida, um dos meus maiores desafios.

Eu sou uma pessoa naturalmente independente, autónoma, solitária até talvez e que gosta muito de controlar o seu espaço. Lá na empresa, trabalho sozinha e com toda a gente ao mesmo tempo. Isto é, não há ninguém que faça o que eu faço (ou fazia), não tenho colegas de equipa ou de departamento mas o meu trabalho envolve comunicar com dezenas de pessoas lá no escritório e armazém. Há dias em que estou constantemente ao telefone (até por isso é que sou das únicas além do callcenter que usa fones para poder estar ao telefone e trabalhar no PC ao mesmo tempo). Portanto, dizerem-me que teria que começar a dividir o meu trabalho com outra pessoa foi algo que me deu muito em que pensar.

Listei e categorizei todas as minhas tarefas de forma a perceber como iria dividir o trabalho e enviei para o meu chefe. Ele concordou. Talvez nem soubesse o tanto que me passa pelas mãos ou talvez tenha achado que eu estava a ser demasiado picky em relação a isto mas prefiro ficar mal vista por estar a ser demasiado do que o contrário. Depois, tive a dificuldade em entender se aquela pasta que lhe estava a designar seria suficiente para ocupar oito horas de trabalho diárias. E isso ainda estou a descobrir. Dias antes de ela entrar, estive quase que diariamente a planear o que transmitir e como transmitir. E agora  que ela está lá, todos os fins-de-semana e noites, tenho-me sentado neste computador para fazer uma síntese do dia e uma previsão do dia seguinte. Deito-me a pensar no que vou fazer no dia seguinte, acordo, preparo-me e volto a pensar nas tarefas do dia, chego ao trabalho e vejo todos os emails a chegar e o telefone a tocar, e meio que congelo e me torno altamente improdutiva e começo a fazer uma lista mental (e muitas vezes escrita) das tarefas que irei fazer em casa porque em casa o ambiente é mais silencioso e sem distrações e começo a ansiar ir para casa, só para trabalhar! Chego a casa, vou fazer o meu desporto e volto a ligar o PC e a trabalhar. Vou dormir. Repeat. Acho que nunca fiz isto nem estive tão absorvida pelo trabalho! Estou a tornar-me em algo que sempre abominei. Mas também penso que esta deve ser uma fase passageira enquanto ela não ganha hábitos de trabalho e se torna mais independente. Sinto uma pressão bastante grande em ter outra pessoa dentro da minha esfera de trabalho. Acho que há várias razões para isto e algumas delas são menos boas. Sentia que isso poderia ser um risco para mim, ainda para mais porque ela é mais velha e poderia colocar-me em causa ou ao meu trabalho. Ou pode ser melhor do que eu e passar por cima de mim ali dentro. Ou poderia ter uma personalidade mesmo lixada como também já vi a acontecer. Ou ser simplesmente incompetente e dar mais trabalho do que aquele que tira. Pode acontecer uma série de coisas que não dependem inteiramente de mim. Há uma parte grande que depende de mim e estou focada em que essa parte resulte bem.

Na primeira semana, passei a estrutura geral na qual o trabalho é desenvolvido e os ensinamentos básicos que ela tem que reter na cabeça. Passei também algumas tarefas diárias e rotineiras mas que ajudam a perceber como as plataformas de trabalho funcionam. Nesta segunda semana de trabalho, passei alguns trabalhos de tratamento de dados de forma a ela conhecer melhor os serviços e os timings. E nestes últimos dias notei que ela já sentia um à vontade bastante maior em estar lá, falar com os colegas, deslocar-se na empresa e já tem dado seguimento a alguns assuntos de forma autónoma. Acho que falta muito sem dúvida mas os sinais têm sido positivos. Agora só espero que se mantenha assim e só surpreenda pela positiva. E que sempre que tenha dúvidas, fale comigo. E que tenha sempre esse à vontade. E que dê passos de inovação e não fique só à espera que o trabalho lhe chegue às mãos. Que crie, que sugira, que explore. Sinto que fiz isso e que isso me levou mais longe do que o que me estava destinado. E isso está ao alcance dela e de qualquer pessoa. O trabalho existe, há muito e cada vez mais (felizmente!). E a mim cabe-me manter e fomentar uma relação próxima mas de hierarquia (para não dizer autoridade que soa demasiado forte). E tenho pensado que também cabe a ela dar-me provas de que consegue executar o trabalho e passar-me essa confiança. Para mim o meu trabalho é o meu bebé. Já lhe dediquei muito tempo e construí bases sólidas naquela empresa. Perder o controlo faz-me um bocado de comichão mas sei que é necessário para seguir para outros voos. Sei que há coisas que não sendo eu a fazer, serão feitas de forma diferente, e não posso ser demasiado chata com ela sob o risco de perder a atenção dela para todo o resto. E é desta forma que a entrada dela lá na empresa é um desafio talvez maior para mim do que até para ela própria. E ela nem sabe disso.

16 de Outubro, 2021

Crescer na empresa

Inês

Em primeiro lugar, acima de tudo e por muito cliché que pareça, penso praticamente todos os dias na sorte de ter nascido neste cantinho do mundo e no seio da família onde surgi. Foi pura sorte, totalmente aleatório tanto quanto sabemos e não fiz nada para o merecer. A minha família, por muito disfuncional que seja, deu-me bases para poder estudar e começar a minha vida. Ainda que o meu foco tenha que ter sido divergente em muitos momentos e que em diversas situações eu tenha que ter segurado a família de várias formas (como ainda faço), foi me possível fazê-lo. E foi-me sempre possível voltar a focar em mim e levar a cabo aqueles objetivos que tinha em mente. Sejam viagens, experiências, compras... Nunca me anulei mas também sinto que nunca tive a vida no geral facilitada. Ou por outra, vejo à minha volta vidas muito mais facilitadas. Mas bem, também vejo outras muito mais difíceis. Não me interessa estar a medir desgraçadas. Sinto que se jogasse aquele jogo dos passos em frente que retrata as desigualdades sociais e o ponto de partida de cada um, diria que iria estar a meio do percurso provavelmente. Pais divorciados, mãe com problemas de saúde, desemprego quase sempre presente... Enfim. Talvez problemas demasiado vulgares na sociedade total, pelos quais passei e ainda continuo a passar. Mas no meio de tudo há sortes que não se ignoram. E é impossível não considerar o fator sorte pois apesar de haver trabalho envolvido, também sinto que "caí em graça". Entrei para uma empresa na qual não tinha qualquer ambição de ficar para futuro. Só queria trabalhar, ocupar o tempo e ganhar dinheiro naquela fase. Lembro-me de logo no início, me ter candidato a dois anúncios de emprego que mais tarde vim a saber serem de duas sociedades da minha empresa. E foi por causa do segundo anúncio que falaram comigo e me questionaram se eu ainda estaria interessada na primeira vaga. Disse que sim claro, mas creio que o saiu dali foi a minha vontade de trabalhar, fosse no que fosse (sendo que um dos anúncios era para empregada de limpeza). Comecei muito devagarinho, primeiro um estágio do Santander onde ganhava 500€ certos e pouco havia para eu fazer. Depois um estágio do IEFP onde ganhava cerca de 600€ e depois veio o contrato que para minha grande sorte foi-me dada a oportunidade de continuar por 700€. Pode parecer ridiculamente pouco mas, acreditem, no seio da minha empresa, foi uma vantagem que me estavam a dar porque outros estagiários com quem convivi foi-lhes oferecido apenas o salário mínimo. O meu trabalho foi sendo bom e fui crescendo, acumulando funções e responsabilidades e trabalhando cada vez mais próxima da Administração. Entendo agora que trabalhar próxima da ADM é bom porque traz exposição e a exposição coloca-nos num sítio onde podemos mostrar mais facilmente o nosso bom trabalho. Por outro lado, também se fizermos asneira, vê-se logo. Mas, se tivermos como princípio, sermos bons profissionais, a exposição é uma vantagem. Nunca pensei nisto desta forma, só agora recentemente, mas creio que faz sentido. No início, corava quase todos os dias com as interações sociais habituais. Era mesmo uma menina, um bebé ali. Fiz 22 anos ali, depois 23, 24 e este ano 25 anos. Já mudei a minha secretária de gabinete quatro vezes (mais que muita gente!). Já conheço os cantos todos à casa e sinto que é de facto uma casa para mim. Entro ensonada às 8h30 mas rapidamente me coloco em sentido e adoro quando vou fazer a visita diária ao armazém e brinco com eles todos (fica fácil quando também percebo que eu agora sou das que trabalha há mais tempo ali - é verdade, há alguma rotação e a empresa cresceu muito nos últimos quatro anos). Também sou várias vezes atingida pelo bicho da procrastinação, não me apetece fazer nada e deixo acumular uns quantos emails mas depois volto ou trabalho em casa e as coisas aparecem feitas. Já fui uma colega menos fixe porque às vezes dá-me uns vaipes e não gosto quando trabalho pró boneco ou quando colocam as minhas coisas em causa e por esses motivos já enviei emails menos simpáticos e já tive que enfrentar colegas. Hoje já não o faço porque entendi que apesar de toda a razão que possamos ter num caso específicio e em vez de apontarmos o dedo a este ou àquele, faz parte de ser bom colega, ignorar simplemente e voltar a enviar a informação sem "conforme já tinha sido dito no dia X". As pessoas crescem e sei que tenho defeitos. No geral, o que me surpreende, é que não acho que sou algo de especial para estar a ter um percurso tão positivo lá na empresa. Acho que sou mesmo normal e até vejo pessoas com grande potencial que não se deixam procrastinar tanto quanto eu e trazem contribuições muito boas. Eu não saberia ser de outra forma, até me critico muitas vezes e sem dúvida que sou demasiado insegura muitas vezes, com falta de uma assertividade que me levaria mais longe. Porém, e como outros já disseram, caí em graça. Depois de há um atrás ter entregue a minha carta de despedimento em busca de novas oportunidades, voltei a atrás e as oportunidades que eu queria vieram ter-me aos pés. Foi-me dobrado o salário, foi-me fornecido um telemóvel, outras funções, agora uma assistente, um portátil e daqui a umas semanas um carro. E isto aconteceu tudo em menos de um ano e numa empresa tradicional e familiar de 150 pessoas, onde apenas uma dúzia têm portátil e apenas três têm carro. E a mim vai-me ser alocado um carro para uso pessoal e profissional. Eu que tenho o carro mais velho da empresa, o citroen saxo de 96 todo estragado que estaciono sempre no sítio mais longe para ficar fora de alcance. Eu que sou das mais jovens da empresa. Que há tanta gente ali há dez, vinte, trinta e quarenta anos e que não estão no meu nível salarial nem têm portátil nem carro. É para trabalho, eu sei. E vem com um elevado peso de responsabilidade. Mas é impossível para mim abstrair-me do quê de desigualde que isto representa lá na empresa. Para outros e noutras empresa, talvez isto não seja caso algum e ter telemóvel e portátil seja das maiores banalidades. Mas para mim não é. E muito menos carro. É como se fosse um posto, um objetivo, irreal de alcançar nestas circunstâncias, com esta idade e tempo de casa. Um carro novo. É tão fora de cena para mim que recebi a "notícia" com estupefação e muita alegria. Quando cheguei a casa e depois de ver se a minha mãe estava bem, disse-lhe logo a novidade ali à porta e ficamos as duas tão contentes mesmo como se fosse grande objetivo alcançado. E nem era objetivo porque não pensei nisso sequer, não estava no horizonte. O reverso da medalha é saber se efetivamente estarei à altura do que me está a ser proposto. Tenho que estar. Tenho que fazer por isso, tenho que evoluir, ser melhor e trazer para cima da mesa as melhores contribuições. Tenho que estar mais à frente, ser mais interventiva e mais preventiva. Será um grande desafio, tanto o trabalho como lidar com os colegas. Até porque o mau disto na minha empresa é que nada é transparente e depois abre-se o lugar a dúvidas e falatórios que minam o ambiente. Mas entendo-os também porque simplesmente não é justo. E apesar de estar do lado previligiado, não é fixe trabalhar há anos e anos num sítio com dedicação e profissionalismo e depois vir uma pessoa novita e levar mais para casa. Entendo perfeitamente mas eu não pedi nada a ninguém, ali dentro nunca pedi. O sistema é injusto. E, neste caso, eu calhei do lado dos afortunados. 

11 de Outubro, 2021

O Ginásio

Inês

Em Agosto a professora de jump informou que iria deixar de dar uma das aulas semanais e isto deixou-me um pouco triste e comecei logo a magicar formas de substituir essa atividade física por outra. Esta atividade de jump é daquelas aulas de grupo (tipo da junta de freguesia), ou seja, não estão inseridas em nenhum ginásio ou escola. Fazia três dessas aulas a cada semana o que já era uma bela quantidade e passar a fazer apenas duas aulas não era opção para mim. Pensei então em inscrever-me num ginásio! Manter a atividade física é imperativo para mim pois já compreendi o quanto me ajuda, sobretudo, ao nível da gestão de stress e bem-estar emocional. As vantagens passam pela variedade dos tipos de treino possíveis e, sobretudo, pela componente social que pode trazer. Onde eu estava eram só mulheres de meia idade. Num ginásio, o leque social é maior e isso é sempre positivo. Acabei então por me inscrever num ginásio aqui da zona que não obriga a fidelização e a mensalidade é razoável. Outra das razões que me levaram a escolher este ginásio prende-se com o facto de lá andar uma colega minha de faculdade que já não via há anos mas que sempre foi das mais porreiras que tive. Voltar a criar lanços com ela, é sem dúvida, um plus.

Admito que comecei esta aventura com o pé esquerdo. Fui-me inscrever num primeiro dia e não fiquei nada satisfeita com o atendimento que recebi. As condições foram mal explicadas, não me foram dadas a conhecer as instalações nem as regras do ginásio e senti que foi só pagar e sair. Nem sequer trouxe qualquer documento nem fatura. Fiquei chateada comigo mesma porque aceitei o que me disseram sem questionar grande coisa, saí e senti-me vazia e sem grande incentivo. Duvido que isto seja o objetivo quando alguém toma a decisão de se inscrever num ginásio. Liguei no dia seguinte e atendeu-me outra pessoa que, essa sim, foi muito simpática e disponível para explicar tudo direitinho. Afinal, há ali profissionalismo e recebi logo no email os documentos todos e todas as explicações que faltaram.

Passado dois dias decidi então meter o saco de desporto no carro e fugir das desculpas que o meu cérebro já estava a dar. Não pela questão do exercídio físico em si porque disso eu gosto. Mas admito que a parte de entrar num ginásio, com aquele certo tipo de pessoa de ginásio (sei que tem um quê de preconceito mas verificou-se que é real) me deixava um pouco nervosa. Não é um ambiente no qual eu me sinta confortável. Mas lá fui, sozinha (porque a minha colega de longa data me deixou na mão nesse dia) e atirei-me aos leões. O ginásio é bastante pequeno. Diria até pequeno demais tanto em área como equipamentos e pessoas. O ambiente é porreiro sim, quase todos se conhecem e decoraram logo o meu nome. Mas bem, a primeira semana de ginásio já passou. Fiz uma aula de cycling, uma de HIIT e outra de Crosstraining (que é como quem diz crossfit). Devo dizer que me surpreendi com o quão atléticos temos que ser para estarmos ao nível de ginásio. Eu pensava que um ginásio tinha uma componente mais transversal a nível de capacidade física mas não. Todas as aulas foram demais para mim e só pioraram. E eu não sou nenhuma atleta mas faço cardio três vezes por semana e consigo correr 10 kms. Pareci em tão "má" preparação física que o intrutor na sessão de crosstraining quando me viu a pôr os pesos mais leves na barra me perguntou se eu queria fazer fisioterapia em tom de gozo e depois quando me viu a levantar a barra, disse "esquece, faz só com um". Ahahahahhahahah É um desafio e a dificuldade das aulas não me deitou abaixo, nem todas as imensas dores que tive ao longo desta semana. Afinal increvi-me num ginásio para que algo mudasse e a resistência física e muscular também fazem parte dessa mudança. Aliás, as dores de certa forma são boas porque é como se provassem que efetivamente treinei e bem. Agora tenho que explorar mais aulas pois até poderão haver aulas que me interessem mais (eu até pensava que ia adorar HIIT mas não gostei tanto quanto pensava) e ganhar coragem para ir à sala das máquinas para fazer pelo menos um bocadinho de passadeira. E conhecer pessoas e tentar estar confortável ali naquele espaço que me é tão estranho. Eles parecem todos amigos, espero que daqui a umas semanas eu também sinta que o são.

06 de Outubro, 2021

De volta onde fomos (e somos) felizes

Inês

Uma ponte e um feriado convidam sempre a umas mini-férias. Tanto é que já estou de olho no um de novembro que calha à segunda. Mas este fim-de-semana tivemos o previlégio de ter quatro dias livres e portanto pus a cabeça a pensar em alguns planos. Planos esses que não foram para a frente porque o meu irmão à última hora me sugeriu irmos num plano de irmãos dar um salto à costa vicentina. Eu, ele, a namorada dele e os dois irmãos dela. Éramos cinco irmãos. Ir à costa vicentina tem sido sempre um prazer. E neste caso também foi especial porque nenhum deles tinha estado nesta zona. Pessoalmente, achei pouco prático ir este fim-de-semana porque, em primeiro lugar, em vez de quatro dias eles só quiseram estar fora três dias (que desperdício) e segundo, porque desses três dias, praticamente um dia inteiro foi para a viagem de carro. "Pior", ficámos num único alojamento nas duas noites pelo que exploramos pouco o tanto que havia para explorar. Mas bem, ainda assim deu para passear bastante. Fomos à Praia do Samouqueira em Porto Covo e a água estava ótima! Não fosse eu não ter bikini nem a depilação em dia, certamente teria dado para um mergulho. Passamos pela Zambujeira do Mar (mas curiosamente nem fomos à vila), Praia do Carvalhal, Praia da Amália, Odeceixe e Vila Nova de Mil Fontes. No regresso ainda parámos na Nazaré para ver o primeiro e último pôr-do-sol do fim-de-semana prolongado. Foi giro, mas caro. Não fui eu a escolher os restaurantes nem o alojamento e fico sempre um bocado melindrada quando pela força das circunstâncias sou obrigada a gastar muito mais do que aquilo que em situação normal aconteceria (e uma vez mais a puxar pela minha veia de viajante desacompanhada). Porém, decidi para mim que não me iria incomodar. Iria apenas estar presente e tentar ser boa companhia (até porque eles os quatro tratam de complicar o quanto baste) e relembrar as paisagens mais bonitas que já vi. Partilhar uma viagem destas com o meu irmão é também algo que não perco por nada. Porque é raro, infelizmente.