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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

Teenage Dirtbag

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30 de Novembro, 2021

O Ginásio #2

Inês

Apesar de o início desta saga do Ginásio ter sido complicada (e ainda ter os seus atropelos), encontrei finalmente uma das coisas que mais procurava: as aulas de combate, aka, pro-fight. Nestas aulas, trabalha-se pouco o cardio e a forma física no geral (naquilo que é mais tradicional, apesar que nos dias seguintes sinto sempre as costas e braços doridos). São aulas com um ritmo mais calmo, onde se aposta na técnica dos movimentos. São formados pares e a aula toda é de treino coreografado com luvas de boxe no um para um. Sente-se a força do outro, as nossas mãos suadas e a música de rock a puxar a agressividade característica. É um ambiente que gosto e onde me tenho sentido confortável. Só peca pelos míseros 45min semanais que passam a voar. E eu peco também na força que ainda não invisto nos movimentos pois, além de não conhecer a minha força, tenho receio de a usar. A única coisa que oiço é para dar com mais força, para pensar em alguém que não goste no trabalho ou alguém que me chateie especialmente e, apesar de entender o propósito, eu não coloco mais força se pensar naquela pessoa que não aprecio no trabalho. Não lhe quero bater (no máximo só quereria que fosse despedida). Pensei nisto e a estratégia que irei utilizar na próxima aula é pensar em alguém que me está a assaltar, ou pior, a colocar a minha integridade física em causa. Aí assim, utilizaria toda a força disponível que existisse no meu corpo. Vou implementar esta estratégia e espero corresponder. Na última aula recebi também alguns elogios do instrutor que podem muito bem ser simples motores de motivação para que eu não deixe de aparecer nas aulas mas still... senti-me orgulhosa. "Tens raça", "Boa, Inês", "Dá gosto ver". Renny, sei que nunca vais ler isto mas obrigada pelas palavras! Gostei de ouvir e, mesmo que nãs as dissesses, voltaria sempre às tuas aulas!

18 de Novembro, 2021

O bater no fundo

Inês

Foi há cerca de quase duas semanas que a minha mãe quebrou no chão da casa-de-banho. Perdeu as forças nos meus braços, caímos as duas e seguiu-se um ataque de ansiedade ou de pânico, ou seja lá o que aquilo foi, que me pôs à meia-noite de um domingo a ligar para o 112. Mal conseguia falar, só chorava, não conseguia dizer a minha morada ao senhor que do outro lado falava comigo. Era eu e a minha mãe em casa e cabia-me a mim lidar com aquela situação. Não sabia se me virava para a minha mãe, estendida do chão, se para o telemóvel, na esperança que alguém ajudasse. Sem dúvida, dos piores episódios que passei com a minha mãe. A dor emocional a tornar-se física, em instantes. A roubar a força aos músculos, a dizer para desistir. Foi um pequeno choque. Para mim, foi o choque. Depois de tantos médicos e de um acompanhamento psiquiátrico de trinta anos que não nos trouxe a lado nenhum (talvez continuar aqui neste mundo seja só por si uma vitória), levei a minha mãe a um psicólogo num dos atos mais arriscados que já fiz com ela. Não conhecia o psicólogo, arrisquei pelo currículo. Não lhe disse nada até ao momento de nos pormos na estrada, porque nestes casos saber com antecedência não a ajudava em nada, bem pelo contrário. Felizmente, a minha mãe colaborou e aceitou ir sem resistência. Ela sabe que não está bem. Duplamente felizmente, ela gostou do Doutor, tiveram um boa empatia e passou esta semana com uma esperança renovada num futuro mais sorridente. Admito que este processo me deixa muito hesitante e cheia de medo pois entendo que o Psicólogo é, sem dúvida, a solução mas também vejo neste processo o colocar a nu muitas dores e muitas feridas. No curto-prazo, haverão dias muito dolorosos para a minha mãe, e em consequência, para mim. E tenho medo do quão doloroso tudo isto se pode tornar. Mas entendo também que é sem dúvida, a única forma de continuar a viver e de dar à minha mãe uma melhor qualidade de vida. Só lhe desejo isso.