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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

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yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

05 de Janeiro, 2023

2022 #2

Inês

Não era suposto voltar a escrever sobre o ano que passou porém estes primeiros dias de janeiro assim o obrigam (e não fosse uma das minhas tarefas "preferidas" pensar, pensar e pensar mais um bocadinho). Talvez possamos dividir a vida nas seguintes grandes esferas: família, amor e relações, carreira e dinheiro, amigos.

Ia eu na terça a caminho de casa do meu pai quando dou por mim a, uma vez mais, falar sozinha a simular uma conversa com a psicóloga acerca das minhas desventuras de amor. Até me emociono porque sempre que faço este exercício não consigo deixar de me emocionar (sabe-se lá porquê). Imagino que lhe revelo que estou apaixonada por uma pessoa indisponível mas que nunca me senti tão bem com alguém como agora; que apesar de tudo ainda dou voltas com o meu ex-namorado e que está tudo bem com isso; que neste momento preferia apaixonar-me novamente por ele porque ele sim está disponível mas nem consigo bem idealizar tal coisa. Enfim, aquele loop dos últimos meses. Há uns dias, em conversa com a minha colega Luísa que sabe apenas da existência de um indivíduo em Lisboa (nunca lhe chamei outra coisa) disse-me que surgiu numa conversa com outras colegas a questão se a inês teria ou não namorado e a Luísa confirmou que eu tinha (*facepalm*). Não é namorado mas para a Luísa claro que é porque ela é tão conservadora que não entende qualquer outra forma de relação. E diz-me ela assim "inês, é que ninguém imagina mesmo que tens alguém". Eu sei, Luísa, eu sei e ainda bem. Ninguém tem que imaginar seja o que for nem saber seja o que for. É uma cena minha apenas. Assim como o DC é uma cena só minha. Como o Lid foi também. Eu sou um caos mas interno. O que seria se as pessoas vissem o caos que sou.

Depois estou a jantar no meu pai e ele vem-me com um tom bastante incomum e diz-me simplesmente "falei com a tua mãe e ela não está bem, acho que devias dar-lhe mais atenção". Bem, mal ouvi isto senti-me logo a ferver por dentro e uma vez mais os olhos a brilhar. Não dou hipótese, levanto-me e digo que me vou embora. O meu pai pouco sabe do que se passa em minha casa e dou-lhe esse crédito mas começar uma conversa com esta premissa, para mim, que sinto a balança tão desiquilibrada foi um balde de água fria. Ele ficou logo apressado e pediu para falarmos. Falamos e expliquei-lhe o quão difícil tem sido viver e conviver com a minha mãe, a todos os níveis. Ouviu, calou-se e no fim só diz "não é uma situação fácil". Zero novidade aqui. Se fosse fácil, estava resolvido. Mas não é. E diz-me também que eu devia arranjar uma casa com renda mais baixa porque é um custo muito elevado para suportar. Eu sei mas três problemas: primeiro, não há casas mais baratas e por uma diferença de 50€/mês não vejo sentido em mudar para algo com muito menos condições; segundo, neste momento da vida eu gostava de mudar sim mas uma mudança diferente e que não representasse eu a viver com a minha mãe conforme últimos anos. Mudar para viver sozinha ou com alguém, começar uma vida, algo diferente que faça sentido. Agora submeter-me ao processo todos de mudar (que é horrível e já tive que lidar com tudo da última vez) para ficar simplesmente na mesma situação de vida? Não, obrigada. E terceiro, quase que aposto que mudava para uma casa mais barata, e ia-me aparecer uma despesa extra qualquer. É estranho mas eu aposto que isso acontecer, daí que também não sinto que vale a pena.

E do dinheiro, vem a carreira. Felizmente é das áreas mais tranquilas na minha vida. Estou simplesmente satisfeita, apesar de isto poder ser confundido com conformismo. Não é. Tenho inúmeras vantagens na minha situação laboral que contam muito para mim e, se há outras vertentes da vida que em comparação com os demais me fazem comichão, a competição do mercado laboral não é uma delas. Que se lixe se ganham mais do que eu. Eu já tenho batalhas suficientes. O ano passado acho que me deixei malandrar demasiado tempo. Não estava com motivação para fazer acontecer mas em dezembro e agora janeiro dei a volta a isso. Voltei a sentir-me com energia e a resolver problemas. A ter visão e implementar melhorias. E com gosto, que é o mais importante. Mas sei que preciso de empurrões às vezes e portanto dei conhecimento de alguns problemas ao chefe para ele andar em cima de mim e os resolvermos (é um move estranho quando toda a gente tenta não lhe passar info porque é um chato do caraças, mas vejo vantagens nisso para mim).

Quanto a amigos, as melhores de sempre mantém-se firmes na minha vida. São das melhores coisas. E infelizmente há pessoas que acabam por se afastar e em 2022 tive o afastamento de dois amigos grandes amigos. É daqueles afastamentos que acontecem e não os vemos bem a acontecer e depois quando olhamos já estão demasiado longe. E depois sabem-se coisas que minaram a relação e é pena porque deveriam ter sido conversadas logo mas, por algum motivo, não foram. É daquelas em que aposto que dizem que eu é que me afastei e eu digo que eles é que se afastaram. Enfim. Também faz parte e, depois  de alguns anos, há pessoas e relações que se esgotam. Não há mais para se oferecer, não há novidade, não há histórias novas para ouvir, não há evolução que justifique. É o que é. E por outro lado, reencontrei amigos do secundário com quem já não falava há anos. E o reencontro tem sido sólido. Um jantar aqui, um pequeno-almoço ali, um jogo acolá e é giro ver que a dinâmica só melhorou. São coisas que dão gosto à vida.

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