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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

29 de Junho, 2022

Sobre dias intrinsecamente bons que também merecem ficar registados

Inês

Hoje foi um dia intrinsecamente bom. De dentro para fora. Eu estive bem-disposta e feliz, sem grande motivo para tal até. Ontem tive uma complicação com a minha mãe mas hoje tudo teve um filtro positivo. Dei corridinhas e pulos de alegria pela empresa quando ninguém estava a ver; ri-me sozinha com uma piada que me atravessou a cabeça e que depois fiz questão de partilhar com três pessos que claramente não acharam tanta piada quanto eu; almocei na cantina com os meus colegas (como já não fazia há meses) e após conversas mais ocas que nada acrescentam, partilhei alguns dos conhecimentos que adquiri no curso de Inteligência Emocional e as pessoas ficaram interessadas e construiu-se uma conversa super fixe! Até nem fui muito produtiva no trabalho mas não se pode ter tudo. E além de tudo isto, a meio da tarde tive novamente um convite que andava a declinar há quase dois anos. Porém, desta vez este convite apresentou-se como uma solução para algumas situações menos agradáveis e, incentivada pelas resoluções de final de curso - ter menos medo e arriscar mais - aceitei desta vez e assim do nada marquei uma semana de férias para daqui a uma dúzia de dias! Talvez seja uma má decisão e decidamente é um plano louco. Talvez voltar onde já fomos felizes não funcione sempre. Talvez, talvez, talvez. Mas neste momento era disso que eu precisava: facilidade, vontade, estrada para percorrer, sol e calor e praias, e um plano que me alivie a cabeça do meu aniversário e do DC. E menos medo para arriscar. 

 

Edit: e eu que sonhei que uma colega de trabalho que era bastante estúpida e incompetente e que foi despedida há umas semanas, voltou ao trabalho; e paralelamente eu conheço as rapadigas que o DC anda a conhecer e acabo a noite a pinar com um antigo colega de universidade com quem conversei há umas semanitas pelo tinder? Cuz my brain is fuckin mess.

27 de Junho, 2022

O tentar e Inteligência Emocional #2

Inês

Este mês já está quase a acabar e nem se ainda bem ou ainda mal. Têm sido dias difíceis de definir. Continuo na luta a tentar tirar-te da cabeça. Não é fácil. Na terça passada estiveste cá e sem haver nada que o justificasse o meu corpo começou a panicar ainda antes de chegares. Dor de barriga, fome e vontade de vomitar, corpo a tremer e dores de cabeça. Demorei 30 min a comer um mísero croissant e até era dos bons. Estava bloqueada mas sem grandes razões para isso. Depois lá começamos a falar e sem conseguir evitar as lágrimas saltaram logo. Num ato de desespero (e a assumi-lo), pedi-te que caso começasses a namorar antes do meu aniversário que me mintas porque eu já detesto o meu aniversário, pior será se souber de tal notícia. Não sei se serás bom a fazê-lo (nunca és) mas fiz o pedido para me proteger e tentar que corra bem este ano. É um tiro no escuro. Sei que me protegeria melhor se me afastasse de vez de ti mas nem ponho essa opção em cima da mesa. Custa demais e sou fraca. Sempre fui de aproveitar o que a vida desse, apesar das consequência. Portanto, it´s typically me. Tenho-me esforçado para lembrar todas as razões pelas quais não resultámos e portanto também não ia ser à terceira vez. Tenho tentado ocupar-me o mais possível. Ressuceitei dois grupos de amizade que já não se reuniam há meses e meses e saí todas as noites deste fds. É fixe ter a Joaninha que é a companhia perfeita para estas ocasiões e mesmo aqui ao pé de casa. Porém, admito que são esforços ligeiramente em vão. Posso estar fora de casa e no meio de uma multidão e a tua cara cruza a minha mente centenas de vezes. Vejo-te em quase todos os rapazes e vejo-nos em quase todos os casais. É ridículo de tão verdadeiro. Fui ao São João e é só casais, não conseguia descolar a tua cara e o teu nome do que os meus olhos viam.

São só pensamentos a entrar que não consigo evitar. Mas como tenho aprendido mais recentemente, um pensamento pode ser só um pensamento e uma emoção pode ser só uma emoção. Um pensamento pode levar a uma emoção mas não é obrigatório que isso aconteça e também não tenho que pensar sobre esse pensamento, ou combatê-lo, ou torná-lo numa ação. Tu entras-me na cabeça e eu tento olhar para essa entrada com a distância possível. Distanciarmo-nos do pensamento como se o pensamento e a nossa cabeça não fossem a mesma entidade. Será possível? Estou no caminho de descobrir. Olhar o pensamento e não através dele, como se fosse uma lente que escolhemos ou não utilizar. Como se fôssemos um autocarro que conduzimos e entram pensamentos e emoções que ficam pelo tempo que desejarmos. São passageiros da nossa vida e podem sair logo na paragem seguinte. Entendo que o objetivo é empoderar-nos para sentirmos que temos o controlo, lá está, sobre os nossos pensamentos e emoções que é das grandes batalhas destes anos (e minha, sobretudo).

Porque, também como tenho aprendido, o nosso cérebro e corpo foram evoluindo a uma velocidade diferente da velocidade a que o mundo e as tecnologias evoluíram. Tivemos as revoluções industriais e tecnológicas e agora lidamos com as redes sociais que minam completamente a forma como o nosso cérebro está desenhado para funcionar. Ajuda perceber que não fomos feitos para isto: o stress, ansiedade, o saber que aquela pessoa está online ou esteve há x minutos e não escolheu falar contigo, saber que está em y sítio a divertir-se e tu em casa, saber que há uma guerra do outro lado do mundo e do mesmo lado até e ver imagens disso, os testemunhos profundamente tristes, etc. Há uma série de novas situações que estão a acontecer pela primeira vez na minha geração e mais jovens para as quais não fomos ensinados e, pior, o cérebro não consegue tratar. Egos, auto-estimas, capacidade de comunicação, relações, a nossa visão do mundo... E depois vêm as consequências. E como resolver? Pois, há soluções mais radicais que outras. Sair das redes, seria uma solução. Passar a viver a vida no raio geográfico em que realmente me encontro e não o do mundo online. Mas esse é muito radical e não creio que me fosse ajudar pois teria que ocupar esse vazio com outra coisa. Mas tenho pensado muito na meditação. No curso estamos a falar de minfulness e já me deparei várias vezes com técnicas de meditação, os yogas e etc. Sempre achei não era para mim mas na realidade nunca tentei. E para grandes problemas, problemas remédios. Falta-me tentar, porque estou numa de tentar tudo para ser o que já fui. Portanto, esta semana vou começar a tentar meditar, devagarinho, com os guias audios, poucos munitos e depois aumentando comforme me for tornando mais capaz. É um desafio que eu me auto-proponho. Isso e ir a mais aulas de boxe. Sei que não tem nada a ver mas eu naquelas aulas não tenho mesmo mais nada na cabeça. É prazer puro.

17 de Junho, 2022

A P#*! da TPM. E a vida a custar.

Inês

Dei por mim a pensar que eu devia mesmo ter um filho porque passar por esta merda que é a TPM uma vida inteira e depois decidir não ter filhos é um autêntico desperdício de dores, lágrimas e mini depressões mensais. Eu não me imagino a parir um bebé mas dei por mim a pensar nisto. A tpm é das cenas mais fdds. (e eu que já estou a pensar que no próximo mês vou passar o aniversário de tpm?). Um filtro negro com o qual acordo e que só vai embora quando depois do período se instalar. A vida toda é triste e só me apetece chorar. Seja por coisas realmente tristes ou nem tanto. Por exemplo, dou por mim a pensar na minha irmã e em como ela é perfeita e veio parar a este mundo que é tão cruel. Penso que vai ser injusto muitas vezes e ela vai sofrer e não queria que isso acontecesse e choro.
Ou então como esta semana que, à semelhança das anteriores, choro pelo DC. Tivemos mais umas interações que me deitaram muito abaixo. Tiveram tanto de maravilhoso como de facadas no coração. Era tão mais fácil se corresse mal. Mas o correr tão bem só me faz enlouquecer por estarmos a desperdiçar algo tão bonito, tão perfeito. Será que alguém vez isto se vai repetir com alguém? É das minhas grandes dúvidas. Um tanto ou quanto inseguro e egoísta da minha parte mas não posso deixar de pensar que num mundo tão ilógico, nós sermos tão compatíveis (neste momento) não é por acaso (como na série The Good Place). E ver-te deitar isso pela janela fora custa muito. Sei que o tempo cura tudo, sei que precisas de outras experiências, sei que se tiver que ser será e voltaras e voltaremos. Mas custa. Será que vou esperar por ti? Será que vou me atirar a uma terceira pessoa como tu estás a fazer e depois vai ficar muito mais complicado? Será que vais ser feliz com essa outra e eu com algum outro? Será que precisamos disso para perceber de uma vez por todas que somos feitos para o outro? Não sei. Mas custa. Custa tanto.

Dou por mim a pensar em tanta coisa... Penso porquê que te deixei escapar no final do ano passado. Eu estava bem, livre emocionalmente, sabia que estavas ali mas na minha cabeça eu mantinha-me firme e não me comprometia. Não me comprometia. Não me quis comprometer. Terminaste tudo porque eu não me quis comprometer. Eu não acreditava no amor para a vida toda por isso não fazia sentido para mim comprometer. Eu não queria criar expectativas para que fossem destruídas por isso não me quis comprometer. Eu acreditei que eu fosse o tipo de pessoa que não ia ser o par de alguém, não tinha personalidade para isso, queria mais do que isso, e eu não era suficiente para isso, e não me quis comprometer. Tínhamos algo bom e eu não vi. Estava tão focada em ser independentemente que não vi. Agora entendo que tudo o que tínhamos era maravilhoso e eu estraguei e secalhar daqui a uns meses vou estar a rir-me disto quando finalmente sair da fossa. Ou tu voltares para mim. Passaram tantos meses e eu nunca pensei nas coisas desta forma e agora finalmente vem-me à cabeça a ideia de que eu tive medo do compromisso, evito-o porque não me quero magoar. Sofri um bocado na nossa primeira relação, sobrevivi e fechei-me. Deixei de ter expectativas e encontrei aí o meu bem-estar. Ajudou saber que te tinha quando queria, deu-me poder e à vontade. Agora veio a perda. Perdi-te. Não sei se de vez ou só por uns tempos mas perdi-te. Partilho-te com outras pessoas que queres conhecer. Sentes coisas por mim mas enterraste os sentimentos mais profundos e não os queres desenterrar. Queres experienciar sentimentos por outras. Isso mata-me por dentro. Porque sei que pode ser tão fácil estar com outra pessoa e ao mesmo tempo também acho que não, que todas as relações têm os dias contados e estás a escolher tão mal. Mas há o risco de correr bem e não estou a conseguir lidar com isso. E depois lixas-me toda porque vens cá, meio inesperado, e é maravilhoso como se de dois namorados se tratasse. Dois namorados felizes a ver o melhor das suas vidas. A viver o melhor das nossas vidas. E eu peço-te que, se me trocares, que seja por alguém por quem sintas tanto ou mais do que sentes comigo.

Só quero avançar no tempo. Sair deste ano que está a ser uma miséria a nível pessoal. Um ano triste em que não sei o que estou aqui a fazer. Não encontro sentido e a cada semana que passa é pior. Não me quero dar à tristeza e tenho-me esforçado. Tento combinar coisas fora de casa com amigos, colegas ou só conhecidos até. Vou ao ginásio. Tentei combinar um cafe com o andré sem sucesso. Dei ghost a uns quantos do tinder porque deixou de me fazer sentido estar lá. Não tenho vontade de comer mas tenho fome. Não me apetece limpar a casa mas está suja. Afundo-me em séries que nem me viciam. Quero ir ver a amelie mas não tenho força para marcar o voo. Não sei o que a vida me reserva para os próximos meses mas só desejo que seja bom. Tenho que me cuidar emocionalmente. Reconstruir-me, ficar bem sozinha e o que tiver que ser será.

E eu que nunca tinha ouvido Mafama até o ouvir nesta música e todas as palavras dele fazem-me 200% de sentido. Cada verso poderia ser sobre os últimos dois da minha vida.

Desculpa se eu não agarrei em ti
Quando tu 'tavas a cair
Se eu te contasse o que vai aqui
Tu desatavas a fugir
Eu ando a sentir falta de ar
Quando tu não 'tás aqui
Na cidade a vaguear
'Tou a sentir-me um morto vivo
Eu fui bandido e eu sei disso
'Tava a fugir ao compromisso
A beijar santas no altar
Não me importa o diz-que-disse
Eu vi a faca a cintilar e gritei
Calma, que antes disso
Eu tenho um amor pa' declarar
E coisas a declarar ao fisco
'Tá escrito no papiro, Deus não me deixa mentir
Eu 'tava a sentir-me um vampiro até ser mordido por ti
E quando eu já falar sozinho, lá no final do caminho
Guarda o melhor de mim
13 de Junho, 2022

Lições da Inteligência Emocional #1

Inês

Como já disse aqui estou a participar numa formação de Inteligência Emocional e tenho gostado bastante, sobretudo porque dá corpo a muitos dos pensamentos e emoções que temos. O curso para já tem-se revelado muito introspetivo e self related, coisa que me surpreende. Eu julgava que seria mais adaptado a contexto de empresa e mais teórico, isto é, baseado na literatura. Porém, a grande parte para já faz-me lembrar sessões de coaching. No geral, há alguns ensinamentos que tenho absorvido e que gostaria de gravar e partilhar pois fazem-me sentido.

O início começa no auto-conhecimento (talvez por isso é que me remete para o couching). Pensarmos sobre nós, definirmo-nos e aos nossos medos, qualidades, talentos, vocações, missão no mundo, entre outros. Ora bem, talentos... eu não consigo pensar num talento que tenha. Não tenho nenhum dos mais óbvios, nem físicos ou artísticos. Não sou uma pessoa especialmente boa a fazer coisa alguma nem a ser alguma coisa de particular. Já pensei muito e não encontro mesmo nada. Já perguntei aos que me são próximos e também ninguém soube dizer qual é o meu talento. Enfim. Talvez no fim desta formação eu me lembre de algo. Depois: missão na vida, sendo que a missão define-se por ser aquilo em que 1) somos bons a fazer 2) gostamos de fazer e 3) o mundo necessita. Gostei que a formadora tivesse dito que podemos ter várias missões, uma para cada plano da vida. Por exemplo, uma missão no âmbito familiar, outra na esfera profissional, etc. Isso facilita apesar que neste ponto fiz questão de partilhar com a turma que tinha muita dificuldade em pensar nisto soretudo depois de a guerra rebentar. Pode ser que no fim da formação eu também já tenha respostas melhores nisto do auto-conhecimento.

Depois falamos em como as crenças podem moldar a nossa vida e ser racionais ou irracionais; potenciadoras ou limitativas. Isto é muito útil. Descontruir aquelas ideias de "burro velho não aprende línguas", etc. Há coisas que vamos ouvindo a vida toda e que nos moldam completamente a forma de pensar, algumas delas nem identificámos. Creio que esta formação serve precisamente para estarmos mais conscientes de certas coisas, de as conseguirmos identificar, descontruir e talvez, quem sabe, mudar para "ser mais feliz". Por um lado, eu acredito que a ignorância traz felicidade mas num mundo onde ser ignorante é impossível e a cabeça é um novelo de linhas, ir desenlançando e dando nomes às coisas é capaz de ser a melhor estratégia. No caminho, partilham-se experiências e entendemos que não estamos sozinhos em certas batalhas.

 

Edit: e passado uns dias percebi que uma das crenças irracionais e limitadora que eu tinha/tenho e que me sabotou com o DC foi o não acreditar em relações duradouras e que eu própria não seja relationship material. Ainda não sei se ultrapassei estas crenças mas entendo agora que efetivamente são ideias que adquiri e assentei na minha cabeça como verdades absolutas de forma a proteger-me e a terraplanar todas as hipóteses. Creio que tenho que arranjar um equilíbrio entre o manter as expectativas reduzidas e deixar espaço para que algo cresça.

13 de Junho, 2022

Resumo week 24

Inês

A semana passada começou com um concerto da Dua Lipa no domingo à noite, depois de no sábado eu ter tido aquele grande breakdown. Já tinha comprado os bilhetes com as minhas amigas há muitos meses (talvez até um ano) e na altura compramos só porque achamos que Dua Lipa devia ser uma cena porreira e aqui perto. Nenhuma de nós é uma grande fã. Agora mesmo a queimar a data é que nos lembramos deste compromisso. Na realidade acho que nenhuma de nós queria muito ir. As vidas metem-se pelo meio e não dava muito jeito gastar metade de um domingo nisto. Aliás, até podíamos ter feito as coisas bem diferentes. Se fosse há uns anitos, teríamos ido para braga na sexta ou sábado, e passado lá o fim-de-semana a conhecer uma cidade diferente. Mas não. Fomos só para o concerto e, pior, chegamos atrasadas. O que vale é que a Dua só começou uma hora depois do início (era de prever mas não pensamos nisso) e portanto não perdemos nada. O concerto acabou por se revelar muito fixe. Eu divirti-me bastante, sobretudo depois de três finos que funcionaram como bengala para a mente descolar da noite anterior. Isto em si dava um único post (e sobretudo agora que estou a estudar Inteligência Emocional). Esta coisa de se precisar de bengalas para contornar certos problemas da vida. Especialmente se estivermos a falar de alcool (outra bengala pode ser tentar estar sempre ocupada para assim o tempo passar mais rápido e a cabeça não ir parar tanto a certos tópicos). Parece logo um problema maior mas na realidade três finos para me divirtir num concerto é o quê? É a vida possas! Se um fino me deixa mais leve, que seja. O importante é aproveitar e relembrar a ocasião como um bom momento e não como uma seca. Dancei muito, cantei e saltei. Ficámos cá trás mesmo junto às portas do altice e foi ótimo porque conseguíamos ver o palco e tínhamos imenso espaço. Ir para o meio das multidões mete-me confusão e não acho que valha a pena. Portanto, sim a semana começou bem e foi correndo.

Na quinta-feira tive uma das melhores aulas de Pro-fight de sempre em que colocamos em prática tudo o que aprendemos num ringue improvisado e com os melhores colegas com quem se pode praticar e evoluir. O Renny parecia muito orgulhoso e para finalizar pediu-nos para aguentar em prancha. Fui a única que aguentei sem ir ao chão o que me deixou a mim muito orgulhosa. Por outro lado, descobri nesse dia que agora pago as avaliações físicas no meu ginásio. Acho ridículo mas enfim. Só me mantenho lá mesmo pelo Renny mas nem sei até quando. Pagar 32€ por duas entradas semanais e agora nem a balança posso usar? Fds.

Por fim, na quinta à noite troco umas mensagens com o DC e percebo que ele está nas noitadas, já bastante cego. Evito a troca de correspondência porque sei que podia ler algo que me deixasse em baixo ou agitada. Saber demais é pior e portanto tentei evitar essa dificuldade. Ajudou adormecer e também trocar mensagens com o andré que reencontrei recentemente. Fui bem sucedida. Depois na sexta ele veio, passamos uma bela jornada entre praia e jantar mexicano. Foi um tempo bastante bem passado e isso é de valorizar. Houve lugar para conversas sérias também mas, uma vez mais, evitamos tocar em pontos sensíveis onde facilmente nos iríamos desentender. Estamos crescidos e também consegui superar essa vontade (outrora louca) de esmiuçar coisas que não valem a pena. É de salientar que ele pediu desculpa pela troca e baldroca do fim-de-semana anterior que me tinha deixado tão fdd. Gostei. Também percebi que não houve mais nenhum avanço significativo na relação dele com a outra e isso deixou-me tranquila. No sábado quando ele foi embora, senti uma grande inquietação para ter algum plano e não ficar só em casa (aqui é falha emocional minha que tenho que resolver ou continuar a contornar) pois era o que ele ia fazer e até ficou no ar a possibilidade de eu ir ter com ele no final da noite caso ele voltasse para casa cedo. Primeiro ele disse que não ia chegar e então tirei essa ideia da cabeça, substituindo-a por uma mini-saída com a luisa. Bebi um fino que uma vez mais ajudou a estar mais tranquila e leve. Depois, já disse que tinha chegado cedo e se eu ia e, surpreendentemente para mim, eu disse que estava cansada e não ia. Facilmente tinha ido mas resisti e fui dormir depois de trocarmos algumas mensagens. Gostei deste meu ato apesar de agora estar em mini-pulgas para saber quando nos vamos reencontrar novamente. Hoje já resisti a não perguntar mas talvez amanhã pergunte. De certa forma, já sei que ele só virá se não tiver mais nenhum plano com amigos portanto não vale a pena ter pressa a combinar pois corro o risco que ele desmarque. Os feriados inquietam-me. Ando o ano todo a chorar por tempo para fechar pendentes e agora que tenho feriados atrás de feriados que me deixam apreensiva porque o pessoal começa todo a planear fins-de-semana fora e saídas, noitadas e jantares e as redes enchem-se disso e eu sinto-me triste por não ter o calendário tão preenchido. Esta cultura de comparação que as redes fomentam é uma verdadeira merda. Um dia desinstalo tudo de vez. Juro.

07 de Junho, 2022

47.9

Inês

Este ano não está a ser fácil. Olhando para trás só posso concluir que aquele mergulho mal dado na primeira semana foi mesmo prelúdio. Fazendo retrospetiva dos últimos tempos, só encontro em 2019 um outro ano que se fez com grande esforço. Nesse ano, fui forçada a mudar de casa e a saúde da minha mãe deteriorou-se muito. Razões externas, portanto. Porém, foi também um ano de grande superação para mim como indivíduo. Tive que lidar com uma tempestade familiar, trabalhei bem, entreguei a tese e tive coragem para terminar a relação da minha vida. Foi um ano de alguns marcos. O verdadeiro desafio mas concluí. Por outro lado, este ano parece que tem uma névoa cinzenta escura em cima (apesar de ter tido algumas notícias extremamente boas como o meu sobrinho e o carro). Não são razões externas mas sim intrínsecas ao meu ser. Em 2020 e 2021 o sentimento de frustração, anestesia e life on hold era transversal a toda uma população. Por esse motivo, eu estava confortável. Se ninguém está a andar com a vida para a frente, então eu não me sinto culpada por a minha vida também não andar. Achei conforto e prazer em estar em casa, simplesmente a ver o tempo passar. Até nem bati muito mal. Depois chegamos a 2022 e a normalidade voltou. Até que veio a guerra e eu entrei numa crise existencial complicada. Os dias inteiros eram um constante questionamento. Penso que se na adolescência a procura é por descobrirmos quem somos, aos vinte e cinco só me questiono o que ando aqui a fazer e porque raio é que vim parar a este mundo. Qual o meu propósito. Ainda me questiono mas entretanto questões mais altas se levantaram. Quase tudo questões que me empurram um bocadito para baixo. O segredo é não parar para pensar apesar que esse também é um dos grandes males desta sociedade (relembrando aqui o grande Markl nas manhãs de hoje). Não tendo nada ou muito a ver, o que é certo é que hoje chego à balança e vejo o número 47.9. Eu não me lembro de pesar tão pouco. Tenho-me sentido muito confortável com o meu corpo. Perdi a barriguita desconfortável que tinha e coxas (estão a ver nas mulheres quando a parte interna das coxas se toca? as minhas tocavam há anos e agora não). Também perdi mamitas que nunca foram grandes e agora estão realmente pequenas. Deixei de ter uma cara redonda. Estou fixe e confortável com o que vejo mas cheguei até aqui da pior forma. É que não tenho vontade de comer, simplesmente. Quando o faço é mesmo porque a barriga já ronca ou me dói a cabela porque saltei alguma refeição. O exercício físico continua lá e é das partes da minha semana que mais adoro mas não tenho conseguido dar tudo porque não me preparo para tal. A minha alimentação está uma nódoa. Como pouco e a maior parte não é propriamente saudável. Eu tento mas passam uns dias e descarrila logo. Não tenho vontade de comer, não tenho apetite, não gosto de cozinhar, não tenho uma mãe que me prepara as refeições, não tenho vontade de ir às compras. Comer é literalmente uma task e como tantas outras, adio até mais não. Sei que tenho que dar a volta a isto. Já tive a ver empresas que entregam comida ao domícilio ou até em contratar uma nutricionista a ver se ganho disciplina. Mas não me parece que vá resolver o meu problema. Enfim, não sei bem qual o problema. Uma inércia geral. Mas no geral há dias em que me sinto muito bem-disposta. Hoje por exemplo foi um desses. Pela primeira vez fui sozinha a um fornecedor falar sobre produto. Fui só confirmar cores, é um facto. Nada de especial mas fui. Estava sol, coloquei os óculos e gostei muito de ouvir Antena 3 e imensas bandas que desconhecia. Não é que me tenha dado fome mas deu-me razões para comer. E hoje começo uma formação sobre Inteligência Emocional. A primeira formação em dois anos. Ainda por cima sobre um tema tão essencial como este. Como ser mais feliz, começa a formadora.

06 de Junho, 2022

The pain of a broken heart

Inês

No sábado era suposto vires ter comigo. Nunca te comprometeste, era sempre "talvez, provavelmente" e depois entendi porquê. No caminho até mim, aconteceu de trocarem mensagens e rapidamente me trocaste por ela. Fiquei mesmo triste por de plano A ter passado a plano B. Isso destruiu-me. Não consegui controlar (e até tinha tido um dia tão bom) mas de repente dei comigo no fosso a enviar mais mensagens do que desejaria e a parecer mais desesperada do que suposto. Já tinha chorado muito e me entregue à tristeza quando finalmente ligaste. Tinhas saído de casa dela e de repente podíamos estar juntos. Fiquei eufórica, peguei no carro e voei até ti. Foi uma felicidade intensa que durou pouco tempo. Acabaste com ela com a tua honestidade cortante e eu com a minha curiosidade suicida. Foste com ela para o sítio que te mostrei na semana passada e onde passamos momentos tão bons. Sempre foste mau a perceber (mas realmente mau) e então só dizias que eu parecia estar lixada mas como se a origem nem interessasse. "Estás mesmo lixada, não estás?" "Sim, porque gosto de ti burro!" (era o que poderia ter dito mas preferi o silêncio até ao final da noite). Lá consegui dizer entre soluços e lágrimas que queria ficar contigo tipo a longo prazo como se de uma vida se tratasse. Disseste te que estavas surpreendido, que não esperavas. Juro, a tua falta de sensibilidade em detectar este tipo de merdas ultrapassa-me. Ou então finges. (Para alguém que adora saber mais sobre linguagem corporal, estás muito longe de perceber até a linguagem mais básica). Cortaste logo a hipótese de vir viver para o meu apartamento com a minha bagagem porque era uma red line. Ok, entendo. Disseste que me bloqueaste a nível de sentimento (mas como raio é q isso se faz!?) e portanto desbloquear iria exigir um grande esforço que não sabes se queres fazer. Deixaste isso em hold mas a verdade é que acabaste a dizer que eu ficaria como plano B porque queres conhecer a outra e ver no que dá. Deixar rolar. Apesar da grande rejeição que tudo isto representa, a montanha-russa de emoções e o facto de ser não ser um redondo não fez com que eu até me sentisse ok. Na realidade, eu seria capaz de fazer tudo o que fizeste. Ter dois planos, duas opções, aguentar as duas até ser impossível. Já o fiz. A diferença é que não fui transparente como tu e, honestamente, acho que é a melhor opção. Não o ser. Magoa demais. Porquê magoar o outro, quando podemos guardar para nós e manter todas as partes relativamente felizes? You should know better by now. Já me conheces. Acordei mal no dia seguinte a sentir-me verdadeiramente triste (até porque começaste logo o dia a convidar-me para estarmos juntos na sexta porque já sabes "que a outra não está"). Há momentos em que só me apetecia chamar-te nomes. Mas o dia foi ficando melhor e à tarde tivemos o melhor revenge act de sempre. Não sei o que o futuro nos reserva mas ajuda pensar que se for para ser, voltarás.

02 de Junho, 2022

Pensamentos para não esquecer

Inês

Esta semana foi, sem dúvida, mais calma. O reboliço emocional abrandou. Que bom! É verdadeiramente bom pois o pior de tudo o que estava a sentir era o retrocesso que tudo representava no caminho que eu já percorri como indivíduo deste mundo. Voltamos a estar juntos e continuou a ser maravilhoso. Uma das coisas que esta semana me deu foi o facto de se tornar mais evidente para mim que é contigo com quem eu quero estar e partilhar vida. Não tenho em mim certezas para a vida toda mas de alguma forma essa ideia assentou em menos dúvidas como uma pequena certeza que espreita e se acomoda na minha cabeça (que, de vez em quando, é um autêntico caos).

Entendi que o amor pode não ser só uma coisa que nos acontece mas também uma escolha que fazemos. Um investimento, um esforço, um desafio, uma prova, um compromisso. As bases de uma relação podem ser diversas mas creio que acreditar que a outra pessoa se vai esforçar na mesma medida é um dos principais. E assegurar que isso acontece, falar sobre isso, alinhar expectativas, é essencial. Preciso de fazer isso contigo. Demorei até entender que eu própria quero e preciso de fazer isso, mas necessito de saber se tu também alinhas neste comboio. Terás todo o direito de dizer que não (e aí vais-me mesmo partir o coração) mas eu não acredito nisso. Também sentes o mesmo e isto não se finge nem se substitui assim. Esfreaste com as outras e fizeste esforços para estar comigo. Isso já me quer dizer muita coisa e acalma-me, sobretudo. Deixei de sentir aquela inquietação que me consumiu na semana passada e, por isso, deixo aqui escrito para a inês do futuro que precisar:

- sai de casa, trabalha, vai à praia, vai ao ginásio, vai caminhar com a joaninha e jantar com as meninas.

- tu vales por ti própria e não em comparação com ninguém, confia no que tens para dar e nas ligações que crias.

- quando estão juntos, são um do outro; quando estão separados, está cada um na sua vida, exatamente assim.

- não há uma melhor pessoa para encontrar (ou por outra, poderá haver sempre sempre uma pessoa melhor e esse sensação nunca vai desparecer mas não é produtiva, à semelhança daquilo que pensas sobre a vida), mas sim uma versão melhor de ambos.