Ainda a viagem do norte com o R.
Visitamos Caminha debaixo de um nevoeiro intenso. Agosto parecia inverno. Não acordamos no melhor mood mas dormir ao teu lado tem-se tornado dos meus passatempos preferidos. A praia deixou de ser um plano e as horas na AC multiplicaram-se. Fizemos kms. De Caminha fomos a Tui, já Espanha. Passar a fronteira é sempre uma espécie de emoção, ainda por cima numa ponte pequeníssima e estreita mas onde passam dois. Fomos abastecer a Tui e regressamos para visitar o centro histórico de Valença. Curiosamente fomos presenteados por uma Feira Medieval e portanto ficamos para a noite viver o espírito. Acabou por se tornar meio uma piada porque eu venho de Terras de Santa Maria onde a Viagem Medieval é a Viagem Medieval e de amador não tem nada. E esta era pequeníssima e não tinha muito para ver. Vendia-se de tudo, sem restrições. Uma amostra de recinto e barracas sem comida ainda nem eram nove da noite. E pior só um posto de venda de sandes de pernil. Onde é que isto já se viu? O plus seria a sangria a 1.5€ mas nem isso posso dar porque era à pressão e em copo de plástico da Sagres. Assim não vale. Mas também são críticas vindas de quem vive há anos o maior evento medieval da península ibérica, portanto, é uma exigência acima da média. Passamos a noite dentro da Fortaleza e foi uma boa noite de sono (exceto quando os pássaros acharam que a AC era um belo poiso). No dia seguinte, fomos descendo. Paramos na Praia de Adaúfe perto de Braga mas não aproveitei grande coisa. Depois fomos pernoitar em Braga mesmo junto ao Bom Jesus. No dia seguinte de manhã, fizemos a escadaria toda e foi fixe porque nenhum de nós tinha estado lá. Ainda vimos um casamento que estava a acontecer mesmo na igreja do Bom Jesus. Achei curioso. De tarde, descemos até Gaia onde fizemos um lanche tardio num bar de praia. Amêijoas e um prego no pão. Está a delicioso, por acaso. Ainda deu para o R. dar um mergulho e apanhamos um bocadinho de sol. Mas só um bocadinho mesmo porque do nada veio um nevoeiro sobre a praia e ficou frio (aconteceu muito este verão). Arranjamos spot para a noite mais perto da minha zona porque as mini-ferias estavam a terminar e no dia seguinte o escritório esperava- me. Voltamos a desperdir-nos sem haver data para o reencontro e isso tem uma nota triste. Mas depois disto já nos reencontramos duas vezes, por isso, acaba por ir ficando cada vez mais fácil dizer-te até já.
O R. é carinho. É verão. É sol, areia e água salgada. É cabelo loiro e olhos verdes. É pele morena e marcada. É viagem. É Lisboa, Margem Sul, Seixal e Almada. É Sesimbra e Arrábida. É Costa Vicentina e Algarve. É riso, é piadas e brincadeira. É tesão infinita. É alho francês à brás e vinho tinto. É amêndoas e Da Weasel. É aventura e transgressão. É calma e tranquilidade. É uma história inesperada que tem tudo para dar errado.
Gosto de ti. Gosto muito de ti. Gosto tanto. Vais ser minha para sempre? Mesmo que tenhas outras pessoas? Voltas? Sou maluco por ti. Gosto tanto. Para sempre.