O terceiro fim-de-semana in a row com o R. prometia muito e foi uma merda. O outro fds foi tão bom. É o que dá com as expectativas. Talvez seja por, lá está, ser o terceiro seguido e a chama já não estar muito lá. Depois, tive o tal problema que impossibilitou intimidades o que também não ajudou. E além disso, não sei porquê, desconectamos e não nos estávamos a entender de todo. Já tivemos um ou outro dia assim mas ontem foi o pior de sempre. Eu autocritico-me muito e faço um enorme esforço para me corrigir e não dizer nem fazer merda. E quando há merda, o meu primeiro pensamento é logo tentar detetar onde é que eu errei. E eu sei que sou bruta muitas vezes e impulsiva. Não sei se os outros têm fazem o mesmo que eu. Mas tenho a certeza que não sou sempre eu a estragar as coisas. Durante um par de horas, o R. só me chamou a atenção de coisas que fiz erradas. E coisas que fiz, verifiquei e achei que estavam bem. Afinal não estavam à altura do que ele queria. E ele aponta TODOS os defeitos. Tudinho. Honestamente acho que é escusado e contraproducente. Se eu estiver no trabalho e estiver a apontar todos os erros da minha colega (e tenho toda a legitimidade para isso) o mais provável é ela encher o saco de vergonha por ter errado e de raiva por eu ser picky e provavelmente nem vai assimilar as correções. E digo isto quando se corrigem todas as vírgulas, que era basicamente o que o R. me estava a fazer. Até a cortar uma puta de uma cebola, na primeira rodela, ele disse para fazer de outra forma. Engoli, levantei-me e disse só para ser ele a fazer. Já estava a encher a tarde toda com más respostas e chamadas de atenção, e se ainda fosse eu a cozinhar, não íamos aguentar os dois porque a todos os movimentos ele ia ter alguma cena a dizer. Cortou a cebola. Tentei criar conversa e perguntei se ia ser com arroz ou massa. Levei mais uma rebocada estúpida, logo seguido de desculpas. Já não foram a tempo e saí da AC a bater a porta. Distanciei-me e voltei. Cheguei e o problema estava muito maior porque agora é uma falta de respeito enorme bater com a porta e ele não admite. Já estava pelos cabelos, a voz a tremer e os olhos a lacrimejar. Não vim aqui para isto. Respiramos os dois e tentamos conversar. Conversamos. Não sei se se resolveu ou não. Não fiquei totalmente esclarecida nem tranquilizada mas também adotei como regra não esgotar nem remoer temas de conversa (na altura do DC era capaz de passar horas a discutir, hoje percebo que de nada vale isso). Hoje de manhã estivemos melhor e melhor fiquei quando entrei no autocarro de regresso. Não percebi também quando me disse que no próximo fim-de-semana é capaz de ir sozinho para a Nazaré. Não entendo. Às vezes parece tão difícil sair de casa para estar comigo e outras vezes queima fins-de-semana à toa. Não entendo. E, lá está, não queria precisar de entender. A psicóloga diz que eu devo aceitar esta necessidade e que é normal quando gostámos a sério das pessoas. Eu preferia não gostar. Talvez o que esteja a faltar seja distância e seja bom ele ir passar o fds sozinho ou com quer que seja. E volta aquela minha necessidade de divergir as atenções e adicionar personagens à minha história. Porque não posso ter só o R. Não é uma opção disponível nem sólida e talvez se esteja assim a esgotar. Não posso contar com o DC porque ele continua o mesmo que só quer saber do trabalho e em vez de encontrar soluções, só encontra problemas. E também não sinto grande coisa pelo DC neste momento. É uma companhia confortável mas estou com ele e só imagino o R. Adoro-os aos dois e consigo encontrar milhentas versões melhoradas de ambos. Parece impossível que, em certos aspectos, sejam ambos tão mauzinhos que me deixam a pensar se não estou a mendigar isto ou aquilo. Ou já estou em overthink e nada disto importa.