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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

30 de Dezembro, 2022

Is it a love story? #6

Inês

Chego a casa depois de mais uns dias passados com o R. Uma vez mais, a diferença de energia é a pique e deixa-me em lágrimas, agora que regresso a estas paredes que são a minha casa. A mãe está mal e eram oito horas, logo que cheguei, quando tomou a medicação para ir dormir. A casa está suja e desarrumada. E sinto tantas saudades do R. que nem sei explicar. Vejo em que dia do ciclo estou e percebo que estou a entrar na fase complicada. Faltam dez dias para o período e por isso as lágrimas caem mais facilmente. Tenho tanto na vida e de repente só quero voltar para uma casa e para uma cama ocupada e um género de família onde me inserir. Fico com tanta vontade de ter alguém, uma companhia certa e sustentada e o vazio é tão grande. Quero tanto o R. e adorava continuar a ser companhia dele para o resto da noite e no regresso a casa. Mas não. Ele vai ter com a família dele e eu tenho que me contentar com a minha. Um vazio que cresce mas que não existia. Não sei o que fazer com este vazio. Vou ver uma série ou venho escrever para aqui. Sei que o vazio faz parte do bom que foi. Sei que passa e amanhã estou melhor. Estas festividades também não ajudam. Estes balanços de fim de ano não ajudam. Estas retrospetivas não ajudam. Parar para pensar não ajuda. Mas depois queixamo-nos que vivemos a vida em piloto automático. Tudo é um dilema sem resposta e tudo faz parte. Amanhã estou melhor e desejo que não tarde até o ter nos braços novamente.

26 de Dezembro, 2022

Christmas e outros pensamentos

Inês

Este Natal o espírito natalício demorou muito a vir. Na realidade só apareceu mesmo na ceia. Até fiz a árvore de natal no início de dezembro a ver se aparecia mas só resultou naquela tarde mesmo. Não comprei presentes com antecedência e só comprei os indispensáveis para as crianças e os adultos que sei que teriam algo para mim (naquele início de tarde de dia 24, porque why not?). A ceia foi bastante diferente este ano. Muito longe de casa, na terra da namorada do meu irmão (agora mãe do meu sobrinho), pois esta era a única forma de juntar as famílias e passarmos todos com o bebé. E a única forma de eu não passar o natal separada do meu irmão (seria o primeiro se acontecesse) e, por outro lado, o primeiro em que passei junto da minha sister e do meu sobrinho. Estava entusiasma para este acontecimento apesar de não ter preparado nada. Do início da tarde e até à hora de jantar não estava muito alinhada. Sempre a pensar no R. e no quanto gostaria de estar com ele. Fantasticamente, ele no final de dia diz-me mais ou menos o mesmo. Que só pensava em mim e tinha imensas saudades. Esta sintonia não falada é bonita e inexplicável. Porém, sinto-me um bocado mal e culpada por numa data tão especial e de família eu ter passado uma grande parte do tempo a pensar no R. e a fazer scroll nas nossas conversas e fotos. Mas é o que é. Outra ressalva desta noite foi o facto de termos levado a Fofinha para passar lá a consoada connosco. Ela nunca tinha feito uma viagem tão grande e estar num ambiente diferente trazia alguns riscos mas felizmente correu tudo maravilhosamente bem nesse aspeto. De resto, os votos de não haver prendas repetiram-se (oiço isto todos os anos na minha família e há vezes em que se cumpre mesmo) e ainda bem porque, lá está, também não comprei nada para ninguém. Ainda assim, recebi um conjunto de chávenas de café (por acaso, ora aí está uma excelente prenda para mim porque I fucking love coffee) e uns tapperwares (que foi um gift engraçado porque veio da mulher do meu pai e eu sempre que lá vou trago tapperwares cheios de comida, portanto foi kinda of a joke mas dá bué jeito). O melhor presente será quando amanhã estiver com o R. para umas mini-ferias na Nazaré. O R. é o não-namorado mais namorado que alguma vez tive. O que me envia as mensagens mais bonitas apesar de serem todas iguais umas às outras a dizerem simplesmente que gosta tanto de mim. O que se lembra de tudo e mais alguma coisa (muito mais do que eu) e mostra que estamos sempre na cabeça um do outro. Aquele que me deu a metade do ano mais feliz. A honeymoon phase mais longa e que teima em não terminar. Disse-me que a melhor prenda que recebeu este ano fui eu e eu tenho a certeza que mesmo que tivesse recebido muitas, ele seria a melhor de todas.

21 de Dezembro, 2022

Fui ao psicólogo #3

Inês

Esta semana tive a minha terceira sessão com a psicóloga. Não levei nada que quisesse abordar. Foi uma semana agitada de muito trabalho e muito drama familiar. A cabeça andou em piloto automático e o lado positivo disso é não haver tempo para sentir ou pensar cenas mais negativas. Falamos do R. e deixei sair mais uns quantos detalhes porque ela focou no tipo de relação que eu tinha e no quão séria se poderia tornar. Segundo ela, a partir do momento em que há a expressão de sentimentos de parte a parte, há toda a legitimidade para se questionar o tipo de relação que se tem e pensar num futuro a dois. Entendo. Mas não se aplica neste caso. Estamos bem e felizmente esta relação funciona sem ter que ser oficial. É oficial entre nós os dois e isso chega. Nem eu quero outra coisa. Depois focamos na minha mãe que esta semana foi muito abaixo (disse-me que não queria estar aqui, que não tinha vontade de viver há muito tempo, que o último ano e meio custou muito e cada vez mais e que a dor é muito grande). Ouvir estas coisas de uma mãe custa. Sei que ela não tem culpa de as dizer e que não as quer sentir, mas isso só piora a sensação com que fico depois de a ver completamente fragilizada a desfazer-se em lágrimas e lamúrias. Senti que a psi não me ajudou em praticamente nada nisto de lidar com a depressão da mãe. Disse-me aquele tipo de conversa que eu poderia ter mas eu já a tinha tido e as coisas que disse foram basicamente o que ela sugeriu também. Foi uma validação do que eu fiz, pelo menos, apesar de não me ter servido de muito. É daqueles casos em que o que se vê é mau mas poderia ser muito pior. Então, apesar de parecer que nada do que se faça tem real impacto, na verdade o efeito está lá. Enfim, nesse aspeto foi uma semana de merda.
No trabalho, já não foi bem assim. Tive muito trabalho porque ando em visitas externas às lojas e basta um dia fora do escritório para o trabalho entupir completamente. Mas é bom para manter a cabeça ocupada. E além disso tive imensas ideias novas que posso implementar agora no início do ano. Reparei que, desde o covid, que se instalou em mim uma sensação de "deixa andar, ninguém pode fazer nada então também não tenho que fazer". Tanto a nível pessoal como profissional. E do lado profissional sinto que demorei a descolar deste mindset. Apesar de não estar em teletrabalho e de no último ano ter surgido a Cátia lá na empresa (o que me obrigou a mudar o meu trabalho), nos últimos meses a sensação de me arrastar pelo escritório foi das mais frequentes. Esta semana veio dar me um novo fôlego.
E talvez por a semana ter sido tão roda no ar, o fim-de-semana chegou como cereja no topo do bolo. Fui passá-lo a Lisboa com o R, quinze dias depois do fds que correu mal. E este fim-de-semana, ao contrário do último que tivemos juntos, foi espetacular. Senti-me feliz e apaixonada e estávamos em sintonia em tudo. Fizemos coisas novas, passeamos e conversamos. Passamos bons momentos. Daqueles que valem bem a pena e que me fazem vir para cima de coração cheio. E até nem muito triste com pressa de voltar a ter. Simplesmente tranquila. E que bem que sabe.

04 de Dezembro, 2022

Is it a love story? #5

Inês

O terceiro fim-de-semana in a row com o R. prometia muito e foi uma merda. O outro fds foi tão bom. É o que dá com as expectativas. Talvez seja por, lá está, ser o terceiro seguido e a chama já não estar muito lá. Depois, tive o tal problema que impossibilitou intimidades o que também não ajudou. E além disso, não sei porquê, desconectamos e não nos estávamos a entender de todo. Já tivemos um ou outro dia assim mas ontem foi o pior de sempre. Eu autocritico-me muito e faço um enorme esforço para me corrigir e não dizer nem fazer merda. E quando há merda, o meu primeiro pensamento é logo tentar detetar onde é que eu errei. E eu sei que sou bruta muitas vezes e impulsiva. Não sei se os outros têm fazem o mesmo que eu. Mas tenho a certeza que não sou sempre eu a estragar as coisas. Durante um par de horas, o R. só me chamou a atenção de coisas que fiz erradas. E coisas que fiz, verifiquei e achei que estavam bem. Afinal não estavam à altura do que ele queria. E ele aponta TODOS os defeitos. Tudinho. Honestamente acho que é escusado e contraproducente. Se eu estiver no trabalho e estiver a apontar todos os erros da minha colega (e tenho toda a legitimidade para isso) o mais provável é ela encher o saco de vergonha por ter errado e de raiva por eu ser picky e provavelmente nem vai assimilar as correções. E digo isto quando se corrigem todas as vírgulas, que era basicamente o que o R. me estava a fazer. Até a cortar uma puta de uma cebola, na primeira rodela, ele disse para fazer de outra forma. Engoli, levantei-me e disse só para ser ele a fazer. Já estava a encher a tarde toda com más respostas e chamadas de atenção, e se ainda fosse eu a cozinhar, não íamos aguentar os dois porque a todos os movimentos ele ia ter alguma cena a dizer. Cortou a cebola. Tentei criar conversa e perguntei se ia ser com arroz ou massa. Levei mais uma rebocada estúpida, logo seguido de desculpas. Já não foram a tempo e saí da AC a bater a porta. Distanciei-me e voltei. Cheguei e o problema estava muito maior porque agora é uma falta de respeito enorme bater com a porta e ele não admite. Já estava pelos cabelos, a voz a tremer e os olhos a lacrimejar. Não vim aqui para isto. Respiramos os dois e tentamos conversar. Conversamos. Não sei se se resolveu ou não. Não fiquei totalmente esclarecida nem tranquilizada mas também adotei como regra não esgotar nem remoer temas de conversa (na altura do DC era capaz de passar horas a discutir, hoje percebo que de nada vale isso). Hoje de manhã estivemos melhor e melhor fiquei quando entrei no autocarro de regresso. Não percebi também quando me disse que no próximo fim-de-semana é capaz de ir sozinho para a Nazaré. Não entendo. Às vezes parece tão difícil sair de casa para estar comigo e outras vezes queima fins-de-semana à toa. Não entendo. E, lá está, não queria precisar de entender. A psicóloga diz que eu devo aceitar esta necessidade e que é normal quando gostámos a sério das pessoas. Eu preferia não gostar. Talvez o que esteja a faltar seja distância e seja bom ele ir passar o fds sozinho ou com quer que seja. E volta aquela minha necessidade de divergir as atenções e adicionar personagens à minha história. Porque não posso ter só o R. Não é uma opção disponível nem sólida e talvez se esteja assim a esgotar. Não posso contar com o DC porque ele continua o mesmo que só quer saber do trabalho e em vez de encontrar soluções, só encontra problemas. E também não sinto grande coisa pelo DC neste momento. É uma companhia confortável mas estou com ele e só imagino o R. Adoro-os aos dois e consigo encontrar milhentas versões melhoradas de ambos. Parece impossível que, em certos aspectos, sejam ambos tão mauzinhos que me deixam a pensar se não estou a mendigar isto ou aquilo. Ou já estou em overthink e nada disto importa.

03 de Dezembro, 2022

How to ruin a sexy weekend

Inês

Your body gives you for the first time ever candidiasis. One weekend the best sex ever. The next one none at all. Life is a beautiful roller coaster.

Ainda por cima duas semanas depois de ter à ginecologista? Fds.

01 de Dezembro, 2022

Thoughts on week 48

Inês

Estas últimas duas semanas foram bastante boas. Leves e tranquilas. Tirando um outro momento de maior tensão, os dias foram sendo muito bem passados. Estou na parte boa do ciclo e, além disso, tenho estado bastante com o R. Este é o terceiro fim-de-semana seguido. Não o poderíamos adivinhar no início do mês. Esse é exatamente o problema, se queremos que exista algum. Não dá para planear nada com antecedência nem saber quando poderemos voltar a estar juntos. Por isso é que vim sempre sem hesitar. Porque quando quero muito, faço acontecer. E não saberia quanto tempo demoraria a voltar a ter a oportunidade. Que haja sempre a possibilidade de vir e estar que venho e estou e faço as seis horas de autocarro contente. O fim-de-semana passado, em específico, foi para lá de espetacular. Fica guardado como um dos melhores de sempre. Partilhar aquela cama com ele tem sido das melhores coisas do mundo. Têm sido cinco meses de paixão. Cinco meses de mensagens que me deixam a sorrir e de abraços que me deixam a querer mais. Não imaginaria tal coisa no início do ano. É totalmente inesperado e, como em tudo, mergulhei de cabeça e vou até onde a corrente me levar.
Depois, temos o DC que, agora solteiro, reapareceu no radar. Admito que isso também contribuiu para a minha tranquilidade. É uma lacuna minha enquanto pessoa eu sei mas vou aceitá-la e admiti-la. Gosto de saber que não sou eu que estou avariada nisto que é a vida e em fazer alguma coisa dela. Ele voltou, de certa forma, à estaca zero (mais ou menos, onde eu estou há muito). E voltou para mim o que também é bom. Partilhamos uma noite que foi muito boa e senti que ele queria muito também e sentia falta de muita coisa que pode encontrar em mim. Por outro lado, continua com certas merdas que continuo a desgostar. Não faz acontecer. Não é intenso. Não sente as coisas como eu, nem perto. Nem como o R. É uma das cenas que curto no R. é que somos os dois malucos. Ele muito mais do que eu mas ambos partilhamos uma certa intensidade na vida. O DC não é nada disso. Gosto quando o desatino. Já o consegui algumas vezes e dá-me um especial prazer tirá-lo da linha.
Acima de tudo, o que gosto e também acho que é por isso que tenho-me sentido melhor, é de saber que tenho opções e que não sou a única sozinha. Isto não é bom porque recai sobre coisas fora do meu controlo e deixa-me à mercê de rapidamente voltar a estar mal. Mas enfim. First things first. Importa reconhecer e aceitar os sentimentos como eles são. Aceitar, aceitar, aceitar. E aproveitar enquanto estamos no cimo da onda. Haverá tempo para lidar com o resto.