2023 - aceitar, tentar, superar.
- vi Dzrt ao vivo, Slow J, Da Weasel e Mafama (2x)
- tive 1 vaginose bacteriana, 2 candidíases e 1 infeção urinária. E não, nada disto é dst.
- ah e uma gastroenterite e uma inflamação no ouvido
- recomecei a pílula
- entrei no mundo encantado dos anti-depressivos e a Sertralina tornou-se a minha melhor amiga
- fiz uma nova amiga e absolutamente essencial para ultrapassar este ano, a R.
- recuperei outra amiga, a J.
- fiz muitas loucuras por amor e fui alvo de tantas outras
- terminei uma relação e iniciei outra (não sei o que fiz para merecer o I. mas ele tem sido realmente a minha sorte grande)
- fui a spas e tive aventuras sexuais um bocado fora da caixa
- apanhei 3 bebedeiras
- fiz muuuuitos kms de carro
- fui ao Algarve 3 vezes
- fiz férias de 15 dias em autocaravana pelo sul de Espanha
- nadei em mar alto, vi peixinhos e toquei numa estrela do mar
- ouvi muito Dillaz, Slow J, Beyoncé, Mafama, e claro Shakira
- chorei muito, dias seguidos
- perdi 6 kgs porque não conseguia comer
- gastei muito dinheiro
- fiz um seguro de saúde
- voltei ao ginásio, apesar de nestes últimos meses mal ter metido lá os pés
- cortei o cabelo pelos ombros
- redecorei a minha cozinha e quarto e agora sim, pela primeira vez na vida, tenho um verdadeiro quarto super cozy
- fiz 27 anos
- iniciei-me no mundo da Bachata, Kizomba e Salsa
- fiz muitas noitadas no Muxima até as luzes acenderem, seguidos daquele hambúrguer incrível às 6h da matina. Isto sem ponta de álcool, atenção.
- usei vestidos durante mais de 6 meses seguidos
- dormi dentro do carro à porta do aeroporto depois de mais uma madrugada no muxima com a R.
- descobri as maravilhas do batom vermelho, a sombra nos olhos, o anti-olheiras e os perfumes da Vitória Secret
- perdi a Fofinha e adotei o Avelã, a Amendoim e o Caju. O Caju escolheu-me e eu a ele. Nunca conheci um gato tão querido como aquele.
- veio o período pela primeira vez à minha sister
- iniciei com uma psicóloga que me acompanhou praticamente o ano todo e agora estou a iniciar com outra com quem tenho realmente esperança de resolver os problemas mais hardcore que tenho na minha cabeça
Este ano foi... Faltam-me palavras. Foi um ano de superação, sem dúvida. A primeira metade do ano foi absolutamente difícil. Cheguei a pontos muito baixos, ao ponto de questionar de que vale andar por cá. Em julho deu-se a volta. Iniciei a sertralina e foi a melhor coisa que alguma vez fiz. Devolveu-me a estabilidade, a alegria, a vida. A Inês voltou. Passei a conseguir falar sem tremer, passar semanas e meses sem chorar. Superei. Tentei muita coisa. Pensei em mil e uma estratégias para me voltar a sentir bem. Muitas resultaram mas admito que para mim o ponto-chave foi a sertralina o que é bom e mau. Mas para já só penso no bom que isso é.
A situação familiar que tenho com a minha mãe continua complexa e os desentendimentos são mais que constantes. Defino 2024 como um ano de mudança radical nesta esfera da vida. Não pode continuar assim. Por mim, por ela, pelo que ainda sobra da nossa relação, mudanças drásticas precisam-se. E serão feitas.
A R. foi uma surpresa deste ano e tornou-se papel central na minha vida. Uma pessoa que sempre achei de muito interesse ter como próxima mas sabe-se lá porquê nunca clicou até este ano. Até um encontro no continente onde passamos hora e meia a falar sobre assuntos super profundos, do nada, no corredor do azeite. Tornamo-nos bestfriends. Sisters from another mother. Com uma conexão como nunca antes tinha tido ninguém. Ajudou-me tanto. E estou tão agradecida à vida por a ter colocado no meu caminho.
Quanto ao amor... Esse assunto tão badalado nos posts desta página. Tão presente, tão difícil e às vezes tão simples. Foi motivo das maiores felicidades deste ano. E também das maiores dificuldades. Desligar-me do R. não foi fácil. Aceitar que a nossa relação não passava daquilo custou muito. Mas aceitar também é uma das palavras-chave deste ano. Há muita coisa que temos que aceitar. Aceitar e assumir o que sentimos, sem tretas, sem vergonha, com poucos filtros. Aceitar para doer menos. E depois passa. Custou-me muito e a ele também custou. Quando se apercebeu que eu já não estava lá, sofreu. E já me dava tudo. O tempo já tinha passado. Foi bom, absolutamente bom tudo o que tivemos a sorte de viver. Mas como sabíamos desde o início, nós estávamos condenados à partida e há que aceitar esse facto. E depois, todas as tentativas de voltar a encontrar sentido na vida. E aparece o I. que resulta numa dessas tentativas. E foi praticamente amor à primeira vista. Tivemos o clique, a conexão, o encaixe, personalidades compatíveis, estilos de vida, e objetivos semelhantes. Dá medo voltar a tentar mas confio nele.
Não sei se confio na vida mas faz parte continuar a tentar. A arte de tentar. Cair é mesmo muito fodido e acontece. Mas desistir de levantar não é opção. Tentar sempre. Haja força nas pernas ou ajuda de amigos. Tentar sempre.