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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

23 de Fevereiro, 2023

Week 8 and a wild weekend

Inês

Estou em loop na minha cabeça a sentir-me uma merda, venho aqui ao blog e percebo que já era assim na semana passada. Logo depois do post tudo se alterou, para pior. Eu já não andava no melhor mood, e na terça ao final do dia percebo que tenho uma cena estranha ao nível da saúde feminina. Num primeiro momento nem me importo mas depois partilho com a minha mãe e ela diz que eu tenho que ir ao médico. Em trinta minutos passei de um estado super tranquilo para um stress do caraças. Não percebi de onde veio mas alterou-me completamente. Eu nunca fui assim. E agora vejo-me a stressar intensamente por certas situações. Entro num loop e não consigo avançar. Perturbo completamente duas ou três pessoas à minha volta que levam com a descarga. Choro rios. Fico toda avariada. Acabei a quarta seguinte com uma dor de cabeça gigante (como não sentia há bué) e sem conseguir comer. Sentia-me (e sinto-me) totalmente avariada. Os tremores no olho voltaram. A dermatite deu o ar de sua graça. Foi uma semana terrível. E eu só pensava na sexta. Mas voltando à terça à noite, para coincidência das coincidências, eu tinha a leve impressão que o meu médico de família me havia marcado uma consulta para 15/02 de manhã mas depois disse-me que ficava sem efeito pois eu não precisava (eu nas ultimas consultas quis fazer o papa-nicolau mas ele não quis eu eu fizesse porque já o tinha feito com 25 anos e agora só posso voltar a fazer com 30). Anyway, eu tinha essa impressão e julguei que, "incompetentes" como são, não me tinham desmarcado a consulta. Então acordei mais cedo e pus-me lá de manhazinha a ver se tinha consulta. Sorte! Tinha sim senhor e toda a gente super simpática, deixaram-me ter a consulta ainda mais cedo do que o suposto (de facto há que elogiar quando o sistema funciona tão bem). Desta vez, fui com toda a confiança e menti ao médico na esperança que ele não se lembrasse do meu histórico e lá fizemos o exame. Pedi análises e fui a correr fazê-las. Reparei que ele não passou todas as análises e fiz por conta própria na unilabs. Passado três dias descansei. Tenho todos os resultados, tudo negativo. A minha vagituation está controlada mas não deixa de ter sido um vírus qualquer que se infiltrou aqui. Stressei, passei o stress para o R. que não gostou e entendo isso. Mas também acho que é muito fácil dizermos aos outros que está tudo bem quando não é nada connosco. Quando não somos nós a correr os riscos e a sentir. E eu sei, tenho toda a responsabilidade. Corro os riscos, não sou inocente. Senti-me um péssimo adulto. Chorei ao telefone com a minha mãe a lamuriar-me sobre o quão difícil é ser adulto, o quão nódoa sinto que sou. E tenho sentido cada vez mais isso. Praticamente todos os dias tenho pensamentos autodepreciativos. "és uma merda", "mais uma má decisão", "que nódoa". Quero sair do loop mas não sei bem como.

Depois chegou a sexta-feira. Finalmente. Peço a tarde a ver se ninguém repara, faço a viagem para baixo e vou enchendo o saco com mais merda. A viagem foi cansativa e desconfortável (e eu gosto quase sempre da viagem), a capital é horrível, a fertagus pior ainda e ir em hora de ponta para a margem sul foi a cereja no topo do bolo (envenenado). Eu estava chata e chegar à beira do R. não melhorou assim tanto o meu dia. Não adorei, não sentia saudades da AC e, para mal dos pecados, fui transparente. Chegou a meio da viagem, ele ficou chateado e perguntou se era para voltar para trás. Aí percebi que tinha feito merda da grossa. Por muito mal que me estivesse a sentir, aí senti-me mesmo muito pior. Como se o meu pior erro fosse deixar esta pessoa mal, triste e desiludida comigo. Passamos semanas a desejar estarmos juntos e quando estamos eu só meto defeitos. Claro que fiz mal. Estava tão centrada em mim que não me apercebi no quão péssima companhia estava a ser e a fazer a outra pessoa sentir-se mal. Resolvemos mas ficou a sensação estranha de que o fim-de-semana estava arruinado. É nestas situações que vejo claramente que o encantamento da paixão se vai perdendo e, pior, tenho noção de que sou eu a causadora. Pelos meus medos, minhas inseguranças, meu mau humor. E grave, eu estava no que era suposto ser a melhor semana do ciclo! Imaginem o medo que eu já tenho agora da próxima TPM. E claro, "sofrer" por antecipação é só mais areia paa a engrenagem mas não consigo evitar pensar.

Depois sábado, até se passou muito bem o dia e a noite foi para lá de espetacular. Eu estava com pica, estávamos no centro de portimão e apetecia-me curtir. O R. até não queria muito mas lá fomos para os bares. Dancei horas seguidas. Bebi muito. Já não me divertia assim desde a universidade. Nunca tinha estourado tanto dinheiro na noite: sessenta euros em licor beirão! Não perdi nada além de alguma dignidade. Enlouqueci um bocado. Típico daqueles sítios. Devo ter sido só mais uma. Dancei muito para o R. e para toda a gente. Sem filtros nem vergonhas. Estava on fire. E on fire continuei quando um casal se aproxima de mim e começamos a falar. Casal jovem, da minha idade, giros os dois e queriam ramboiada. Não foi preciso mais. Num ápice estávamos os quatro envolvidos. Da discoteca para a AC foi ainda mais rápido. Eu estava toda contente e o R. então devia estar bem mais que eu. Ele nem queria sair e acabou a fazer o que sempre quis. Eu passei a semana a dizer que nunca mais me ia envolver com ninguém na vida e acabo com dois desconhecidos dentro de portas (e nem sequer estava depilada, tudo crazy, tudo caos). Diverti-me é certo mas a meio deixou de ser divertido para mim porque o rapaz não se levantava e então fiquei só focada no R. e nela. E ele estava a gostar muito e a divertir-se muito. Aliás, os dois estavam. No dia seguinte só falava no quanto queria repetir e estar novamente com eles, até sozinho sem mim. E que eu mandasse mensagem à jeitosa para saber se estavam bem e para repetirmos, etc. Bem, o meu chip mudou. Eu curti a aventura e até estou bué na boa para repetir mas aquela vontade toda deixou-me na merda. Cheia de inseguranças, a questionar tudo. Fiquei também com o insta dela, sendo eu a via de contacto (felizmente) entre ambos os casais. Vi que eu e o R. não nos entendemos e ele quer voltar a estar com eles agora quando for ao algarve em trabalho e não respeitou a minha vontade de não querer que ele esteja sem mim. O que é fdd é que entrar em desacordo com o R. tem-me mostrado uma versão dele que não aprecio. Não é capaz de dar o braço a torcer e vira o jogo facilmente. Quando fomos para as saunas e ele viu que eu era o troféu ali e estava muito à vontade, sugeriu que nunca nos iríamos separar nestes meios e eu concordei. "Porque fico preocupado contigo, que se passe alguma coisa contigo"... Agora que teve uma experiência a quatro e quer repetir já não se importa de a ter sem mim. Isto para mim é quebrar regras. Se tínhamos combinado uma coisa, é para ser assim. Já temos a liberdade para cada um de nós ter aventuras tranquilas, agora cenas destas que iniciámos os dois para quê deixar de ser nosso? Ele teve quarenta fucking years a pinar a dois, e agora que descobriu a pólvora já não precisa de mim? Eu estava fdd. Tão fdd que a retirei dos meus followers do insta e deixei de a seguir na esperança que assim ele perca o fio para a contactar. Espero que tenha sido suficiente, apesar de saber claramente que se ele quiser fazer merda, vai fazer e eu não o posso impedir. Secalhar fiquei assim mais melindrada porque não tive grande ação. Se fosse ao contrário, estava na boa. Mas estava lixada e fui impulsiva. Deixem-me ser.

Uff. E depois deste desabafo todo, retomamos o fim-de-semana que nunca mais ficou fixe. Pelo menos para mim. Desentendemo-nos mais algumas vezes e a vibe não estava lá. Temos estado juntos a cada duas semanas. Talvez seja demasiado. Ou talvez eu não esteja no melhor mood comigo própria e, quando assim é, tudo o resto vem ladeira abaixo. E essa é a verdade. Não me tenho sentido bem. Pensei que a minha mãe ir para lisboa fosse bom para mim mas passado quase um mês sinto-me pior. Sinto que não há objetivo na vida. O trabalho vai fluindo mas não tenho entusiasmo. O R. em janeiro tinha dado algumas esperanças em algo mais mas também já as matou. Ou então eu estou inconscientemente a boicotar isto porque uma relação tão boa claro que ia deixar de ser. Sinto-me e estou fisicamente doente, com uma on and off gripe já lá vão três semanas. Isso não ajuda. Sinto-me fraca, fisica e psicologicamente. Por um lado, tenho todas as possibilidades à minha frente. O R. é só um extra na minha vida que terá outros participantes com quem serei feliz. Na teoria, tenho tudo mas isso não me ajuda e continuo a sentir-me na merda. Espero que as hormonas sejam boas comigo agora na próxima TPM. Porque se isto está assim no auge do ciclo, nem é bom imaginar o que vem por aí.

14 de Fevereiro, 2023

Thoughts on week 6 and 7

Inês

A semana passada foi um bocado merda e esta está a ir pelo mesmo caminho. Não aquela merda mesmo de energia em baixo mas mais naquela vertente em que sinto que estou só por aqui a navegar sem grande intenção. Na semana passada também estive doente, com uma grande gripe. Sentia-me fisicamente mal e tinha zero vontade de produzir seja o que fosse. Nestes últimos dias sinto-me melhor mas a vontade continua em mínimos. O trabalho vai fluindo sem grande urgência nem pressão. Treina-se ao final do dia na esperança de sentir alguma satisfação adicional. Levanto-me a pensar quando me posso deitar outra vez. Está frio e acho que tudo é chato (pelo menos a minha dermatite no rosto parece estar praticamente curada; não foram os 50€ que gastei na dermatologista que me resolveram mas sim uma recomendação de uma colega de trabalho; enfim, está resolvido). Só penso na sexta, altura em que o vejo outra vez, para umas mini-férias de carnaval. Não creio que viver uma semana inteira só a pensar na sexta seja uma boa forma de viver. Mas também desengane-se quem acha que a vida pode ser diferente. Saber que à sexta vamos ser felizes já é uma grande sorte. Até lá ser apenas funcional já é bom. A minha mãe continua em lisboa, já lá vão três semanas. Parece que está bem e isso é bom. Eu tenho estado muito pouco tempo em minha casa. Acho aquelas paredes muito vazias e sem grande sentido. Não há objetivo ali sem a Fofi e sem a minha mãe. E quando a minha mãe vier e sentir o vazio vai ser mil vezes pior. Por isso, acho que se torna mesmo necessário adotar outros amigos de quatro patas. Ainda que nada substitua a Fofi e eu não procure nada que a substitua, secalhar tenho só que perceber que me tornei este tipo de pessoa que necessita e para quem faz todo o sentido ter animais de estimação. E mais ainda a minha mãe. Apesar de todas as limitações que isto nos traz, o amor e carinho que se recebe e que se dá a outro ser ultrapassa em larga escala. É necessário e faz sentido para mim, para ela e para ambas. E terei que encarar mais à frente a necessidade de me desapegar quando o momento chegar. Tenho que ser forte e racional e fazer o que é preciso, quando é preciso. E neste momento o preciso é adotar dois gatitos e assim aumentar a chance de estar bem. A saga com o R. lá continua. Às vezes cai-me mais a ficha e venho-me abaixo ou fico com aquela sensação estranha e prolongada de quem só está a fazer merda da vida. Ouço-o dizer que já pensou em vivermos juntos, de que está cansado de mentir e que secalhar tem que parar de mentir lá em casa, que quer é ficar comigo para sempre (seja lá o que isso significa), que pensa muita coisa que não me pode dizer já, que quer fazer férias comigo agora no carnaval, na páscoa e no verão, férias grandes como os casais verdadeiros fazem. E eu ouço isto com um brilho nos olhos como se fosse aquilo que eu quero. Na realidade sei perfeitamente que não irá acontecer. Enquanto ele conseguir ter os dois mundos, terá e não o condeno por isso. Não o condeno de todo. Meti-me nesta situação e sabia desde início o quão complicada era. Meti-me na lama e agora há que lidar. A minha mãe diz para eu aproveitar e ser feliz. Não acho que seja o melhor conselho mas é aquele que quero ouvir. Não sei o quão mal ficarei no fim desta história. Quantas oportunidades estarei a perder noutros lados. E ele diz-me, entre conversas ciumentas (que para mim são uma autêntica novidade e até me aquecem mais o coração) que não me quer prender mas que ficaria triste se eu estivesse com outras pessoas e, de alguma forma, sempre que isso acontece desentendemo-nos. E eu própria fico com a sensação de estar a fazer algo errado, apesar de tudo ter sido falado antes. Porque para mim é errado. Se já sei quem a minha pessoa, se já a encontrei, não vejo objetivo em procurar mais. Quero isto e ponto. E depois penso em como claro que não ia ser tão fácil. Claro que não. E debato-me outra vez com a mesma parede: quão errada estou eu nesta vida? Quanta merda estarei eu a fazer? E vem o diabo chamar-me à atenção e responsabilizar-me pelas minhas decisões (porque é mesmo isso que o diabo faz). Independentemente do final desta história, aproveita-a se é isso que queres, em consciência que o fizeste. É a única coisa que controlo no momento. O saber que estou a viver de acordo com a minha decisão. O que vai sair daqui é outra história e fica para a inês do futuro se preocupar.

03 de Fevereiro, 2023

Is it a love story? #8

Inês

Uma vez mais R. Gosto de escrever sobre isso porque, gosto de ler estados de espírito antigos e ajuda-me a organizar pensamentos. A minha relação com o R. tem evoluído de semana para semana. Aliás, foi conhecendo diferentes fases. Julho e agosto foram os meses do reencontro e quando nos apaixonamos um pelo outro. Setembro, outubro e novembro, uma fase talvez mais complicada (para ambos). Tivemos muitas oportunidades de estarmos juntos e isso nem sempre foi bom. Em primeiro lugar, conhecemos partes um do outro que não gostamos tanto e entramos algumas vezes em conflito. Em segundo, os sentimentos de parte a parte foram crescendo e com isso a coisa tornou-se, simplesmente, mais complexa. Mais inseguranças à vista, mais situações em que nos avaliávamos mutuamente e em que questionávamos tudo. Dezembro, e depois do Natal e de festas familiares, trouxe uma elevação do nível de comprometimento de cada um e da sua verbalização. Janeiro tem sido uma mudança exponencial, nesse sentido. De lovers a namorados (e já oficiais para certas pessoas). Ainda esta semana o R. me disse para começarmos a marcar as férias grandes porque quer ir a Marrocos e quer ir comigo. Isto depois de ter ido três dias de viagem com a família (qual família feliz) para Itália. Veio cheio de vontades. Eu sabia que isto de ir de férias com a família podia servir para os aproximar ou para os afastar. Até ver, serviu para ele querer ainda mais estar comigo e fazer planos diferentes em conjunto, o que me deixa feliz apesar de me obrigar a um trabalho interno de gestão de espectativas gigante. E já lho disse. Porque ele repete várias vezes: vamos fazer isto e aquilo como se pudéssemos fazer tudo o que nos dá na cabeça, e eu é que o tenho que puxar à terra. Ele lá entende. Mas meia volta, e voltamos ao mesmo. A minha queda pode ser muito grande, admito isso. Nunca estive nesta situação de ter um namorado tão atencioso, tão francamente querido, com tanta intensidade e vontade de fazer acontecer. Uma pessoa que dá mais do que eu na relação porque eu limito aquilo que dou, apesar de querer dar tanto ou mais. E de desejar ouvir que ele passa a ser só meu. Parte de mim, tem receio também que isto seja só passageiro e eu esteja iludida ou carente e que eu própria falhe naquilo que devo dar. No esforço que é exigido para uma relação longa resultar. Não confio inteiramente em mim. Mas fica altamente difícil quando a outra pessoa é mil vezes pior que eu e deixa-se sonhar tão alto. A recomendação geral é viver o momento e é isso que estou a fazer sem pensar no amanhã, em responsabilidades, regras e conceitos. É aproveitar enquanto dá e tudo o que dá. Mas é cada vez mais difícil manter os pés assentes na terra. Pensamos igual, ao mesmo tempo, as mesmas palavras, temos as mesmas ideias, os mesmos planos e "sonhos". Estamos na mesma página, no mesmo parágrafo e na mesma linha. Vivemos com a mesma intensidade, sentimos igual. Temos tantas semelhantes e estamos numa bolha de amor tão grande que não consigo evitar pensar quando rebentará ou, num cenário hipotético, se é desta que não rebenta. Apesar de todas as imperfeições, esta forma de amar é por si só incrível e não acredito que haja por aí no futuro um amor melhor que este.