Fui ao psicólogo #5
Já faz algum tempo que fui à psicologa mas não cheguei a escrever sobre isso. Tinha-a contactado para tentar marcar há semanas atrás (quando me sentia muito em baixo) mas ela não tinha disponibilidade e então quando fui já estava bem. Honestamente nem me lembro muito do que falamos mas algo que me ficou na cabeça foi falarmos sobre o porquê que eu ficava tão em baixo e que estava relacionado com o ciclo menstrual e que o desiquilíbrio hormonal se alimentava de uma certa instabilidade na minha vida. Às vezes foco-me tanto em escarafunchar certos tópicos da vida que me esqueço da big picture. Sim, instabilidade. Pois. Há alturas (os dias bons) em que adoro a cena que tenho com o R. Outras alturas em que a fragilidade desta relação me deita abaixo. É certo que há aqui uma instabilidade inerente e que tem um lado menos bom mas também tem um lado bom e já refleti sobre isso muitas vezes e há muito tempo (ainda esta relação não era tão séria como é atualmente). Eu sei a teoria toda. Só tenho que arranjar uma forma de saber lidar com os pensamentos negativos quando aparecem e se tornam perturbadores. Ainda não arranjei e não me parece que esta psicológa me vá ajudar nisso. Noutro ponto mas relacionado, voltou a dizer-me que uma estratégia é não ter conversas importantes ou tomar decisões naquela altura do mês e avisar os que me rodeiam que é um período crítico. Ora, o meu problema não chega a esse ponto. É muito antes. Não tem a ver com decisões ou conversas importantes. Começa logo no estar, ser e sentir. Eu internamente e como a minha postura afeta os outros. Antes de pensar em ter uma conversa importante, eu já me sinto na merda e choro por razão nenhuma. E isso como se resolve? Pois, ela não sabe. Outra coisa que falamos e, aí sim, sinto que adicionou algo foi sugerir-me ser acompanhada pela especialidade de ginecologia, pois é adequado à minha idade e às minhas vivências e seria algo que me descansaria. E recomendou-me a ginecologista dela. Às vezes falta este empurrão. Responsabilizar-nos pelas nossas coisas. Também me disse que uma vez teve uma situação semelhante à minha e panicou da mesma forma que eu. Ora, uma vez mais, não me resolveu o problema mas sim validou que o que senti pode ser normal. Não tenho a certeza se é o que eu pretendia mas também não é inteiramente mau. Enfim, no geral, não tiro muito dali e por isso, e no fim de um treino desta semana, decidi marcar com outra psicóloga a ver se descubro outra abordagem mais eficiente. Isto porque já estou tentada a recomeçar a pílula a ver se ajuda no equilíbrio hormonal. Maaaaasssss, só de pensar em recomeçar a pílula levantam-se logo uma série de barreiras no meu cérebro que me remete logo para todas as outras coisas que ainda não tentei e posso tentar antes da maldita. Comer bem, ter uma alimentação mais adequada a desequilíbrios hormonais, treinar todos os dias (quem sabe), treinar de manhã antes do trabalho, pegar no calendário e marcar todos os dias bons e todos os dias maus a fim de percecionar, com rigor, qual a proporção do meu problema. E experimentar outra psicóloga a ver se começo a encarar de outra forma a tal instabilidade e, quem sabe, se isso não mata o que alimenta os meus dias mais cinzentos. A ver vamos.
De resto a semana até se passou bem. O R. esteve cá em trabalho e eu estive com ele três noites o que é uma grande sorte. Não sabemos quando nos voltaremos a ver mas, com base no nosso histórico, não deverá ser mais que três semanas. Por isso, estou a esforcar-me em não pensar muito nisso (mas é tão difícil). Também sinto que preciso deste tempo para me organizar. Apesar de ser a coisa que mais quero (estar com ele) sinto que precisamos de algum espaço à distância. E desejo que durante o tempo em que estivermos afastados, eu tenha tanto que fazer que nem sinta assim tanta falta. Não tenho a certeza que resulte mas é o que desejo.