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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

20 de Março, 2023

Fui ao psicólogo #5

Inês

Já faz algum tempo que fui à psicologa mas não cheguei a escrever sobre isso. Tinha-a contactado para tentar marcar há semanas atrás (quando me sentia muito em baixo) mas ela não tinha disponibilidade e então quando fui já estava bem. Honestamente nem me lembro muito do que falamos mas algo que me ficou na cabeça foi falarmos sobre o porquê que eu ficava tão em baixo e que estava relacionado com o ciclo menstrual e que o desiquilíbrio hormonal se alimentava de uma certa instabilidade na minha vida. Às vezes foco-me tanto em escarafunchar certos tópicos da vida que me esqueço da big picture. Sim, instabilidade. Pois. Há alturas (os dias bons) em que adoro a cena que tenho com o R. Outras alturas em que a fragilidade desta relação me deita abaixo. É certo que há aqui uma instabilidade inerente e que tem um lado menos bom mas também tem um lado bom e já refleti sobre isso muitas vezes e há muito tempo (ainda esta relação não era tão séria como é atualmente). Eu sei a teoria toda. Só tenho que arranjar uma forma de saber lidar com os pensamentos negativos quando aparecem e se tornam perturbadores. Ainda não arranjei e não me parece que esta psicológa me vá ajudar nisso. Noutro ponto mas relacionado, voltou a dizer-me que uma estratégia é não ter conversas importantes ou tomar decisões naquela altura do mês e avisar os que me rodeiam que é um período crítico. Ora, o meu problema não chega a esse ponto. É muito antes. Não tem a ver com decisões ou conversas importantes. Começa logo no estar, ser e sentir. Eu internamente e como a minha postura afeta os outros. Antes de pensar em ter uma conversa importante, eu já me sinto na merda e choro por razão nenhuma. E isso como se resolve? Pois, ela não sabe. Outra coisa que falamos e, aí sim, sinto que adicionou algo foi sugerir-me ser acompanhada pela especialidade de ginecologia, pois é adequado à minha idade e às minhas vivências e seria algo que me descansaria. E recomendou-me a ginecologista dela. Às vezes falta este empurrão. Responsabilizar-nos pelas nossas coisas. Também me disse que uma vez teve uma situação semelhante à minha e panicou da mesma forma que eu. Ora, uma vez mais, não me resolveu o problema mas sim validou que o que senti pode ser normal. Não tenho a certeza se é o que eu pretendia mas também não é inteiramente mau. Enfim, no geral, não tiro muito dali e por isso, e no fim de um treino desta semana, decidi marcar com outra psicóloga a ver se descubro outra abordagem mais eficiente. Isto porque já estou tentada a recomeçar a pílula a ver se ajuda no equilíbrio hormonal. Maaaaasssss, só de pensar em recomeçar a pílula levantam-se logo uma série de barreiras no meu cérebro que me remete logo para todas as outras coisas que ainda não tentei e posso tentar antes da maldita. Comer bem, ter uma alimentação mais adequada a desequilíbrios hormonais, treinar todos os dias (quem sabe), treinar de manhã antes do trabalho, pegar no calendário e marcar todos os dias bons e todos os dias maus a fim de percecionar, com rigor, qual a proporção do meu problema. E experimentar outra psicóloga a ver se começo a encarar de outra forma a tal instabilidade e, quem sabe, se isso não mata o que alimenta os meus dias mais cinzentos. A ver vamos.

De resto a semana até se passou bem. O R. esteve cá em trabalho e eu estive com ele três noites o que é uma grande sorte. Não sabemos quando nos voltaremos a ver mas, com base no nosso histórico, não deverá ser mais que três semanas. Por isso, estou a esforcar-me em não pensar muito nisso (mas é tão difícil). Também sinto que preciso deste tempo para me organizar. Apesar de ser a coisa que mais quero (estar com ele) sinto que precisamos de algum espaço à distância. E desejo que durante o tempo em que estivermos afastados, eu tenha tanto que fazer que nem sinta assim tanta falta. Não tenho a certeza que resulte mas é o que desejo.

06 de Março, 2023

Is it a love story? #9

Inês

Quem o mais louco?
Depois daquele fim-de-semana que não foi exatamente um mar de rosas para mim, a semana foi se passando melhor. Com alguma distância percebi exatamente o que aconteceu outra vez. Aquela nuvem negra que me afunila a visão e o pensamento e me faz pensar que tudo é uma merda e tudo o que faço está errado. Uma TPM fora do sítio. Completamente. Mas a minha disposição foi mudando ao longos dias o que vem confirmando apenas essa teoria. No sábado de manhã ele liga-me e diz-me que vai passar a noite sozinho. Num par de horas meto-me no carro e faço 300kms em 2h30. Acelarei bem. Toda eu estava acelerada. E contente. Cheguei, fomos jantar e hotel. Primeira vez num hotel a sério com ele. Foi muito bom. E deu para falar e em duas frases esclarecer a situação que me estava atravessada. Finalmente ele disse explicitamente que, se me incomodasse, ele não o faria e nunca mais tinha pensado neles sequer. Nem sequer se lembrava do nome da miúda (e eu a eliminá-la do meu instagram à pressa *facepalm*). Fiquei mais descansada. Vim feliz para cima. Ele ficou surpreendido com a minha loucura. 600kms para estarmos juntos menos de 12 horas. Uma noite a dois vale muito. Não se substime.

Noutros níveis de loucura mas com o mesmo objetivo, esta semana ele meteu-se num trabalho na minha cidade para poder vir ter comigo. Eu arranjei forma de na minha empresa ficar a trabalhar fora do escritório na sexta só para passarmos o dia juntos, pelo menos (que desperdício seria eu estar fechada no escritório e ele à minha espera o dia inteiro). Só esquemas e resultaram todos. Loucura é tê-lo a passear-se pela minha casa, a beber copos de vinho com a minha mãe à mesa e a enrolar um charro e ela a pedir-lhe uma passa. Loucura é estarmos os três à mesa a contar histórias e a rir muito. Loucura é isto acontecer e ele saber que ela sabe a história toda da vida dele. E isto tudo numa estranha harmonia. Se ele aguenta estar neste esquema, secalhar fomos mesmo feitos um para o outro. Ontem foi para baixo com aquele frio na barriga que tem quase sempre que nos separamos. O que vale é que, desta vez, há data para o reencontro. Daqui a uma semana ele está aí outra vez. Há vezes em que adoro o trabalho dele.