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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

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19 de Agosto, 2021

9 dias de autocaravana de Lisboa a Portimão #5

Inês

Depois da primeira noite mal dormida em Sagres, saímos logo de manhazinha do Inter para ir tomar o pequeno-almoço à zona da Fortaleza de Sagres onde tínhamos visto o pôr-do-sol no dia anterior. Demos também um pequeno passeio por aquela zona. Foi aqui que, pela primeira vez, a C. teve o vislumbre das praias lindíssimas do Algarve com as águas naquele tom de azul clarinho. Da fortaleza víamos a praia da Mareta e portanto fomos logo lá dar um salto. A C. aproveitou para dar um mergulho, apesar de para mim e para a J. continuar a ser água demasiado fria. Nesta praia aconteceu uma das situações mais engraçadas da viagem. A J. foi prendada ao longo das noites com diversas maleitas: ora eram as mordidas de melgas, ora acordava com torcicolos. Nesta chegada à praia (e apesar de andarmos praticamente sempre as 3 juntas) íamos um bocadinho separadas, uma mais à frente e outra mais atrás. Quando eu e a C. descemos o acesso à praia e alcançamos o areal, esperamos pela J. que tardava a chegar. De repente a J. aparece com o joelho ensanguentado e apenas diz "Caí". A nossa reação foi um misto de riso com preocupação. A situação ainda hoje me faz rir porque de facto a J. é aquela amiga com pouca agilidade física e um pouco medrosa. Aliás, é mais medrosa que outra coisa mas é aquele clássico em que o medo a torna desengonçada. Por esse motivo (e por não ser nada mais de grave) e também pela concidência de eu e a C. irmos ligeiramente mais à frente e super distraídas com a praia tal que nem ouvimos a J. a cair, tem uma piada do caraças e torna este um dos episódios memoráveis desta aventura.

Da praia da Mareta fomos para Burgau. Burgau já estava nos meus planos no ano passado, porém, não houve oportunidade. Desta vez, dava perfeitamente e foi uma aposta ganha. A localidade é simpática e pequenina. Vive basicamente do turismo, pelo que entendemos (só ouvíamos ingleses). A Praia de Burgau foi das melhores que encontramos (talvez a melhor até). Estava aquele calor abrasador e foi a primeira vez que encontramos a água a uma temperatura razoável, portanto fomos todas ao banho. O areal era pequenino e também não tínhamos muito tempo, pelo que, foi até as ondas chegarem às nossas toalhas. Depois bazamos e fomos até ao miradouro perto do Forte de Burgau para assim podermos ver a vilazinha, a praia e toda a moldura paisagística.

De seguida, avançamos pela costa algarvia e fizemos uma visita à Ponta da Piedade. Porém, creio que vimos o lado errado porque não vimos nada aquelas paisagens dos postais. Pelo que entendo, toda aquela zona dá para explorar pelos caminhos pedestres e sinalizados. Numa próxima vez, é sem dúvida algo que quero fazer. O ano passado fiz o Percurso dos Sete Vales Suspensos que fica noutra zona do Algarve. Nesta zona em redor de Lagos, vi que também há percursos e há paisagens incríveis pelo que fica o apontamento para uma visita futura. Aqui tive um dos meus estacionamentos potencialmente mais complicados (mas safei-me bem), porém, à saída tive das situações mais complicadas tal era o trânsito naquela ruazita. Tive que descer da AC, analisar a situação, falar com todos, pedir paciência e deslocar-me para que o trânsito voltasse a fluir. Meio que eu estava entupir, mas não concordo. Tudo ali estava fora do sítio. Os carros todos estacionados nas laterais, claramente, não deveriam estar ali, o comboio turístico também não devia estar ali e as ACs são veículos grandes e largos que também não deviam estar naquelas situações. O que vale é que acabou tudo bem e não houve incidentes.

Quinta paragem (foi um longo dia) foi no parque de estacionamento da Praia do Submarino, entre Alvor e Portimão. Estas são as praias mais bonitas que já vi e conheci-as o ano passado nas minhas explorações a solo. Gostava muito de as ter mostrado à C. e à J. mas não foi possível porque a maré estava cheia e então não havia nada para mostrar (também desconfiava que a J. nunca descesse o acesso àquelas praias porque são super complicados). Fiquei com pena. Por não ser possível, caminhamos até à praia do lado que é a Praia do Alemão. Já chegamos tardito mas ainda fomos à água numa espécie de aposta que envolvia um mergulho em troca de uma bola de berlim. Depois fiquei ainda mais triste quando percebi que já não havia bolas de berlim e a pessoa que estava "a vender" meio que gozou comigo e ainda por cima era um gajo com praí 20's ou 30's, um ar jovem e desalinhado, mas que literalmente gozou comigo e não gostei. Foi assim um ponto down da semana porque o dia também ia longo, tinha dormido mal e depois acumula tudo. Mas passou rápido. Fizemos a caminhada de regresso para a AC, liguei para a minha mãe a contar as novidades e fomos para Portimão onde estacionámos a AC. No caminho, fizemos a primeira descarga de águas sujas numa sarjeta. Não é nada de mal mas foi a primeira vez que não foi um "sítio próprio" (apesar de ser o mais aconselhado na falta de parques com serviços de descarga), portanto, estávamos com aquele nervosinho. Estacionamos junto de outras ACs no parque de estacionamento perto da Praia da Rocha, fomos jantar ao centro, demos longas caminhadas, bebemos uma sangria que estava minada muito provavemente, e fiquei com pena de não "sairmos à noite" na medida do possível tendo em conta normas covid mas a C. estava cansada e sem espírito para tal. Desabafamos dos nossos problemas, sobretudo a C. e isso é algo que nos aproxima sempre muito. Depois chegamos à AC e a J. teve a feliz ideia de fazer chá apesar de estar um calor daqueles que se torna desagradável. É daquelas coisas à J. que só dá para rir. Questionei os vizinhos acerca da pernoita, se haveria problemas, etc e disseram que não. Como estavam lá tantas, decidimos pernoitar e dormimos bem, sem qualquer problema.