9 dias de autocaravana de Lisboa a Portimão #6
O sexto dia foi o mais tranquilo, tanto a nível de atividades como kms percorridos. Simplesmente nem saímos de Portimão. Acordámos e fomos ao shopping fazer compras e carregar as baterias. Demorámos mais do que o suposto (como sempre) e regressámos ao mesmo estacionamento. Almoçamos na AC e fomos até à Praia da Rocha onde passamos a tarde toda. A praia estava apinhada de gente e a água estava bastante boa pelo que deu para ir à água muitas vezes. Ainda comemos uma bola de berlim de alfarroba (desforra do dia anterior). Depois já ao anoitecer era suposto irmos logo para a Zambujeira do Mar, iniciando assim a viagem de regresso mas acabou por ficar tarde e eu não estava confiante para conduzir tanto durante a noite portanto (e uma vez mais regadas de sorte) batemos à porta de um parque na Figueira, mesmo à saída de Portimão, já passava das 21h e ficamos com o único espaço livre que ainda existia. As descargas e trocas de águas foram sempre episódios engraçados e, neste parque em específico, apesar de ser designado para ACs, as passagens eram apertadas (ora bem, era de noite e eu estava cansada, por isso eram apertadas), portanto lá no meio de umas manobras ouvi um "está nervosa?" dos dois rapazes responsáveis pelo parque.
A condução foi, nesta experiência, uma das partes mais importantes para mim. Também sinto que foi no geral porque quando eu disse a colegas e familiares que ia com duas amigas fazer a costa vicentina de autocaravana, o que perguntavam logo a seguir era quem ia conduzir e quando eu respondia que era eu porque era a única condutora do grupo, o que via era surpresa do outro lado. Eu sou pequenita, tenho metro e meio e peso cinquenta quilos. O meu carro é um citroen saxo de 96, um carrito joaninha que é menos de metade da AC. Eu própria sabia que ia ser um desafio mas tinha que experimentar conduzir de alguma forma e, na falta de um amigo que tenha uma, uma alugada é a única hipótese. Tanto sabia que pedi aos colegas lá da empresa para num sábado de manhã experimentar conduzir uma das carrinhas de mercadorias e lá fui. Foi na boa mas mais na boa foi conduzir a AC. Ajustei-me rapidamente e, à parte de alguns cenários no trânsito mais complicados, tudo correu bem. Mas haverem cenários de trânsito complicados nem é problemático, podem sempre acontecer porque não dependem inteiramente de nós. O que conta é como nos safamos das situações em questão e eu consegui sempre sair delas. Não havia outra alternativa. Sendo a única condutora e levando ali as minhas duas melhores amigas, a responsabilidade é muita. A única saída é resolver. Analisar a situação e resolver porque congelar não era solução. E, nessas situações, safo-me bem. Além disso, eu gosto muito de conduzir, sempre gostei. Também por isso é que estas férias faziam sentido e eram um pequeno sonho. O autocaravanismo engloba muita coisa que eu gosto e que cabe na minha vida. O gosto pela condução e pela estrada é um deles.