Morreu ontem Miguel Portas e sinto que Portugal perdeu um grande senhor. Gostava das suas ideias e do que dizia. Acho que era um dos poucos que estava verdadeiramente empenhado no povo e nas suas necessidades. Não tinha receio de dizer as verdades mesmo que essas o prejudicassem ou lhe tirassem algumas das muitas mordomias que os deputados têm hoje em dia. Perdemos uma grande personalidade e estamos mais pobres e temos menos um dos que realmente são bons políticos.

Foi ontem. E hoje é o Dia da Liberdade. Muita gente diz coisas tipo "o que é que mudou nestes 38 anos? nada! devíamos estar melhores. não estamos.". Eu discordo. O Dia da Liberdade serviu para libertar o povo da ditadura daquele tempo. E isso foi bem sucedido. Quanto à crise, conta-me o meu pai que naquela época era uma sardinha para cinco e pronto. E eu pergunto, será que hoje em dia, isso existe? Eu aposto que não. Acho que agora é quase impossível estar assim tão mal. Agora à montes de associações, as ajudas existem em todo o lado, antes não era assim. Não são suficientes, ok. Quando serão? Quando é que alguma coisa neste mundo vai ser suficiente e resistir? Quanto à liberdade é inquestionável. Existe liberdade em Portugal. E com essa liberdade veio algo mais negativo: a falta de respeito, de discernimento e de noção. A educação saiu fragilizada. "A minha liberdade acaba quando a do outro começa" não é frequente. E isso é uma pena. Porque até uma ou duas gerações atrás (38 anos) a coisa era bem diferente. Dois extremos. Seja como for, voltar atrás? Nunca!