A P#*! da TPM. E a vida a custar.
Dei por mim a pensar que eu devia mesmo ter um filho porque passar por esta merda que é a TPM uma vida inteira e depois decidir não ter filhos é um autêntico desperdício de dores, lágrimas e mini depressões mensais. Eu não me imagino a parir um bebé mas dei por mim a pensar nisto. A tpm é das cenas mais fdds. (e eu que já estou a pensar que no próximo mês vou passar o aniversário de tpm?). Um filtro negro com o qual acordo e que só vai embora quando depois do período se instalar. A vida toda é triste e só me apetece chorar. Seja por coisas realmente tristes ou nem tanto. Por exemplo, dou por mim a pensar na minha irmã e em como ela é perfeita e veio parar a este mundo que é tão cruel. Penso que vai ser injusto muitas vezes e ela vai sofrer e não queria que isso acontecesse e choro.
Ou então como esta semana que, à semelhança das anteriores, choro pelo DC. Tivemos mais umas interações que me deitaram muito abaixo. Tiveram tanto de maravilhoso como de facadas no coração. Era tão mais fácil se corresse mal. Mas o correr tão bem só me faz enlouquecer por estarmos a desperdiçar algo tão bonito, tão perfeito. Será que alguém vez isto se vai repetir com alguém? É das minhas grandes dúvidas. Um tanto ou quanto inseguro e egoísta da minha parte mas não posso deixar de pensar que num mundo tão ilógico, nós sermos tão compatíveis (neste momento) não é por acaso (como na série The Good Place). E ver-te deitar isso pela janela fora custa muito. Sei que o tempo cura tudo, sei que precisas de outras experiências, sei que se tiver que ser será e voltaras e voltaremos. Mas custa. Será que vou esperar por ti? Será que vou me atirar a uma terceira pessoa como tu estás a fazer e depois vai ficar muito mais complicado? Será que vais ser feliz com essa outra e eu com algum outro? Será que precisamos disso para perceber de uma vez por todas que somos feitos para o outro? Não sei. Mas custa. Custa tanto.
Dou por mim a pensar em tanta coisa... Penso porquê que te deixei escapar no final do ano passado. Eu estava bem, livre emocionalmente, sabia que estavas ali mas na minha cabeça eu mantinha-me firme e não me comprometia. Não me comprometia. Não me quis comprometer. Terminaste tudo porque eu não me quis comprometer. Eu não acreditava no amor para a vida toda por isso não fazia sentido para mim comprometer. Eu não queria criar expectativas para que fossem destruídas por isso não me quis comprometer. Eu acreditei que eu fosse o tipo de pessoa que não ia ser o par de alguém, não tinha personalidade para isso, queria mais do que isso, e eu não era suficiente para isso, e não me quis comprometer. Tínhamos algo bom e eu não vi. Estava tão focada em ser independentemente que não vi. Agora entendo que tudo o que tínhamos era maravilhoso e eu estraguei e secalhar daqui a uns meses vou estar a rir-me disto quando finalmente sair da fossa. Ou tu voltares para mim. Passaram tantos meses e eu nunca pensei nas coisas desta forma e agora finalmente vem-me à cabeça a ideia de que eu tive medo do compromisso, evito-o porque não me quero magoar. Sofri um bocado na nossa primeira relação, sobrevivi e fechei-me. Deixei de ter expectativas e encontrei aí o meu bem-estar. Ajudou saber que te tinha quando queria, deu-me poder e à vontade. Agora veio a perda. Perdi-te. Não sei se de vez ou só por uns tempos mas perdi-te. Partilho-te com outras pessoas que queres conhecer. Sentes coisas por mim mas enterraste os sentimentos mais profundos e não os queres desenterrar. Queres experienciar sentimentos por outras. Isso mata-me por dentro. Porque sei que pode ser tão fácil estar com outra pessoa e ao mesmo tempo também acho que não, que todas as relações têm os dias contados e estás a escolher tão mal. Mas há o risco de correr bem e não estou a conseguir lidar com isso. E depois lixas-me toda porque vens cá, meio inesperado, e é maravilhoso como se de dois namorados se tratasse. Dois namorados felizes a ver o melhor das suas vidas. A viver o melhor das nossas vidas. E eu peço-te que, se me trocares, que seja por alguém por quem sintas tanto ou mais do que sentes comigo.
Só quero avançar no tempo. Sair deste ano que está a ser uma miséria a nível pessoal. Um ano triste em que não sei o que estou aqui a fazer. Não encontro sentido e a cada semana que passa é pior. Não me quero dar à tristeza e tenho-me esforçado. Tento combinar coisas fora de casa com amigos, colegas ou só conhecidos até. Vou ao ginásio. Tentei combinar um cafe com o andré sem sucesso. Dei ghost a uns quantos do tinder porque deixou de me fazer sentido estar lá. Não tenho vontade de comer mas tenho fome. Não me apetece limpar a casa mas está suja. Afundo-me em séries que nem me viciam. Quero ir ver a amelie mas não tenho força para marcar o voo. Não sei o que a vida me reserva para os próximos meses mas só desejo que seja bom. Tenho que me cuidar emocionalmente. Reconstruir-me, ficar bem sozinha e o que tiver que ser será.
E eu que nunca tinha ouvido Mafama até o ouvir nesta música e todas as palavras dele fazem-me 200% de sentido. Cada verso poderia ser sobre os últimos dois da minha vida.
Desculpa se eu não agarrei em ti
Quando tu 'tavas a cair
Se eu te contasse o que vai aqui
Tu desatavas a fugirEu ando a sentir falta de ar
Quando tu não 'tás aqui
Na cidade a vaguear
'Tou a sentir-me um morto vivoEu fui bandido e eu sei disso
'Tava a fugir ao compromisso
A beijar santas no altar
Não me importa o diz-que-disseEu vi a faca a cintilar e gritei
Calma, que antes disso
Eu tenho um amor pa' declarar
E coisas a declarar ao fisco'Tá escrito no papiro, Deus não me deixa mentir
Eu 'tava a sentir-me um vampiro até ser mordido por ti
E quando eu já falar sozinho, lá no final do caminho
Guarda o melhor de mim