Alvor 2020 #13 #14 #15
Um turbilhão de emoções e coisas a acontecer.
Na terça (dia #13) tive mais um dia de trabalho pesado. Mas com um revés. No final o DC estava à minha espera. Chegou a Portimão no fim-de-semana nas habituais férias familiares. Tinha falado comigo para fazermos algo diferente os dois porque este ano já não queria o habitual. Porém, estávamos em ondas distintas e ele teve que "conformar-se" com a família em Portimão. Como estávamos perto e havia oportunidade, ele veio ter comigo, fomos à praia, jantamos, bebemos uma sangria e tivemos uma das melhores noites. As melhores noites acontecem depois dos hiatus ou das separações. Ou, neste caso, quando a fome era muita e somos apenas ex namorados. Muita vontade.
Dormi muito mal porque naturalmente a cama era demasiado pequena para ambos e às sete levantamo-nos e fomos tomar café, ainda Alvor meio que dormia. Entretanto, ele foi embora e eu fiquei para o meu último dia de trabalho na guesthouse (quarta #14).
Quando o R. foi embora, mantivemos a ligação via WhatsApp e a verdade é que senti a falta. Sentia a falta de ter companhia, de rir, de falar, de conhecer mais da vida de alguém. Acho que isto vale o que vale e que é pouco. É fácil sentirmo-nos ligados a alguém quando nos sentimos mais sós e procuramos avidamente algo.
Falei, então, com a Cristina e disse-lhe que terminadas as duas semanas inicialmente planeadas, iria embora para explorar outras zonas do Algarve. Menti-lhe. Ela não colocou qualquer problema e até me incentivou a ir. Admito que a despedida foi um pouco difícil. Eu gosto dela. E gostei muito de conhecê-la assim como à sua família e de poder ter tido a oportunidade de fazer parte daquele ambiente. Ela frizou que se alguma vez eu tivesse o mínimo problema e precisasse de algo, que ela iria estar lá. Gostei muito e tocou-me verdadeiramente.
Fiz as malas, arrumei tudo e fui até à autocaravana de R. que estava estacionada à minha espera. Esperavam-me os últimos 4 dias desta experiência Alvor 2020, agora fora de Alvor e de uma forma que eu nunca teria sequer imaginado: de autocaravana com um tipo que eu tinha conhecido há uma semana.
Saímos de Alvor rumo a Aljezur e a Rogil. Fomos à primeira praia da costa vicentina e dei o meu primeiro mergulho nestas águas. Praia do Vale dos Homens. Foi bom. Tirei umas fotos espetaculares com o sol por trás numa posição incrível. Pores do sol incríveis nesta parte do país. Depois disso, e de subir os 280 degraus para voltar à autocaravana, o R. cozinhou amêijoazinhas para petiscarmos. Não sabíamos mas acabou por ser o nosso jantar. Saímos de Rogil, rumo a Odeceixe. Primeiro banho na autocaravana: sem stress e melhor do que imaginei. Saímos para visitar a vila e acabamos num salão de jogos meio tocados por algumas cervejas a mais. Conhecemos um grupo de amigos de Abrantes que ficaram, sem qualquer dúvida, a pensar que eu era louca quando contei o contexto de estar ali. A partir daí, eu e o R. combinámos que iríamos contar outra história caso conhecessemos mais alguém. A noite acabou para lá das 2h da manhã a comer uma sandes que a Cristina tinha dito para eu fazer com plumas de porco. Fui para a cama que me estava destinada e, quase que naturalmente, adormeci junto ao R. como eu sempre soube que iria acontecer. Fiquei com saudades do DC e, inevitavelmente, a achar que teria sido melhor com ele.
No dia seguinte (quinta #15), acordamos e fomos à praia de Odeceixe. Uma praia muito diferente com ligação ao rio numa espécie de língua. Uma paisagem incrível. A corrente estava forte (como tem estado sempre) mas ainda assim, já estou uma expert, e entrei na água em 2 minutos. De seguida, Zambujeira do Mar. Um pequeno passeio até à praia, um mergulho ainda mais rápido que o primeiro (só mesmo para dizer que estive lá). Muita gente, nem valia a pena ficar mais.
Terceiro e último spot do dia: praia do Tonel. O acesso à praia fez-me tremer e não foi pouco. Demorei um bocado mas finalmente cheguei lá abaixo e foi dos melhores pares de horas na praia que eu tive este verão. O sol mesmo bom, uma sestazinha, um descanso maravilhoso. Depois do sunset, subimos pelo percurso de corda e fui aproveitar a paisagem incrível que tinha à frente, com a companhia da minha música que já me fazia alguma falta. Jantamos alho francês à brás (que nunca tinha comido) e acabamos a noite com maçãs que eu também nunca tinha experimentado, de dezenas de formas diferentes, com extras incríveis num turbilhão de cenas a acontecer. Senti-me naturalmente inexperiente naquela salada de fruta. Mas deixei-me guiar.