Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

21 de Agosto, 2020

Alvor 2020 #13 #14 #15

Inês

Um turbilhão de emoções e coisas a acontecer.

Na terça (dia #13) tive mais um dia de trabalho pesado. Mas com um revés. No final o DC estava à minha espera. Chegou a Portimão no fim-de-semana nas habituais férias familiares. Tinha falado comigo para fazermos algo diferente os dois porque este ano já não queria o habitual. Porém, estávamos em ondas distintas e ele teve que "conformar-se" com a família em Portimão. Como estávamos perto e havia oportunidade, ele veio ter comigo, fomos à praia, jantamos, bebemos uma sangria e tivemos uma das melhores noites. As melhores noites acontecem depois dos hiatus ou das separações. Ou, neste caso, quando a fome era muita e somos apenas ex namorados. Muita vontade.
Dormi muito mal porque naturalmente a cama era demasiado pequena para ambos e às sete levantamo-nos e fomos tomar café, ainda Alvor meio que dormia. Entretanto, ele foi embora e eu fiquei para o meu último dia de trabalho na guesthouse (quarta #14).

Quando o R. foi embora, mantivemos a ligação via WhatsApp e a verdade é que senti a falta. Sentia a falta de ter companhia, de rir, de falar, de conhecer mais da vida de alguém. Acho que isto vale o que vale e que é pouco. É fácil sentirmo-nos ligados a alguém quando nos sentimos mais sós e procuramos avidamente algo.

Falei, então, com a Cristina e disse-lhe que terminadas as duas semanas inicialmente planeadas, iria embora para explorar outras zonas do Algarve. Menti-lhe. Ela não colocou qualquer problema e até me incentivou a ir. Admito que a despedida foi um pouco difícil. Eu gosto dela. E gostei muito de conhecê-la assim como à sua família e de poder ter tido a oportunidade de fazer parte daquele ambiente. Ela frizou que se alguma vez eu tivesse o mínimo problema e precisasse de algo, que ela iria estar lá. Gostei muito e tocou-me verdadeiramente.

Fiz as malas, arrumei tudo e fui até à autocaravana de R. que estava estacionada à minha espera. Esperavam-me os últimos 4 dias desta experiência Alvor 2020, agora fora de Alvor e de uma forma que eu nunca teria sequer imaginado: de autocaravana com um tipo que eu tinha conhecido há uma semana.

Saímos de Alvor rumo a Aljezur e a Rogil. Fomos à primeira praia da costa vicentina e dei o meu primeiro mergulho nestas águas. Praia do Vale dos Homens. Foi bom. Tirei umas fotos espetaculares com o sol por trás numa posição incrível. Pores do sol incríveis nesta parte do país. Depois disso, e de subir os 280 degraus para voltar à autocaravana, o R. cozinhou amêijoazinhas para petiscarmos. Não sabíamos mas acabou por ser o nosso jantar. Saímos de Rogil, rumo a Odeceixe. Primeiro banho na autocaravana: sem stress e melhor do que imaginei. Saímos para visitar a vila e acabamos num salão de jogos meio tocados por algumas cervejas a mais. Conhecemos um grupo de amigos de Abrantes que ficaram, sem qualquer dúvida, a pensar que eu era louca quando contei o contexto de estar ali. A partir daí, eu e o R. combinámos que iríamos contar outra história caso conhecessemos mais alguém. A noite acabou para lá das 2h da manhã a comer uma sandes que a Cristina tinha dito para eu fazer com plumas de porco. Fui para a cama que me estava destinada e, quase que naturalmente, adormeci junto ao R. como eu sempre soube que iria acontecer. Fiquei com saudades do DC e, inevitavelmente, a achar que teria sido melhor com ele.

No dia seguinte (quinta #15), acordamos e fomos à praia de Odeceixe. Uma praia muito diferente com ligação ao rio numa espécie de língua. Uma paisagem incrível. A corrente estava forte (como tem estado sempre) mas ainda assim, já estou uma expert, e entrei na água em 2 minutos. De seguida, Zambujeira do Mar. Um pequeno passeio até à praia, um mergulho ainda mais rápido que o primeiro (só mesmo para dizer que estive lá). Muita gente, nem valia a pena ficar mais.

Terceiro e último spot do dia: praia do Tonel. O acesso à praia fez-me tremer e não foi pouco. Demorei um bocado mas finalmente cheguei lá abaixo e foi dos melhores pares de horas na praia que eu tive este verão. O sol mesmo bom, uma sestazinha, um descanso maravilhoso. Depois do sunset, subimos pelo percurso de corda e fui aproveitar a paisagem incrível que tinha à frente, com a companhia da minha música que já me fazia alguma falta. Jantamos alho francês à brás (que nunca tinha comido) e acabamos a noite com maçãs que eu também nunca tinha experimentado, de dezenas de formas diferentes, com extras incríveis num turbilhão de cenas a acontecer. Senti-me naturalmente inexperiente naquela salada de fruta. Mas deixei-me guiar.