Ansiedade, quê?
Fazendo uma pausa nos posts de relato da aventura em autocaravana, tenho algo a dizer acerca do regresso e, mais especificamente, do dia de hoje. Regressei no sábado à noite e portanto ontem (domingo) foi dia de dormir na minha cama, arrumar as tralhas, fazer limpezas e lembrar-me de que ainda tenho mais 7 dias sem pôr os pés na empresa. A perceção que tenho (e os que me rodeiam e que acompanharam mais de perto a última semana) é que de facto parece que passou bastante mais tempo mas a verdade é que foi só uma semana. Os dias eram grandes e serviam para muita coisa. Ontem e hoje vejo-me em casa com 7 dias livres pela frente, sem plano, e começo a stressar. A cabeça entra a mil a pensar para onde é que eu posso ir. Tenho ali a mochila, posso comprar bilhetes de autocarro e posso ir para outro sítio qualquer viver. Viver como quem diz aproveitar a vida e as férias. Porque para ficar em casa, bastam os fins-de-semana e estando a minha Fofinha estável de saúde (fiz questão de vir checar com os meus próprios olhos), não há motivo para eu ficar. Não consigo lidar com essa estagnação. Nunca consegui desde que sou gente com vontade e liberdade. Estava e estou com o espírito em baixo porque vir de uma semana tão high e parar é uma diferença tão subita que me deita bastante para baixo. Se eu voltasse e fosse logo trabalhar, estava ok porque havia propósito e o meu tempo tinha utilidade. Assim, sinto simplesmente que o estou a desperdiçar, ainda por cima, dias de férias que são tão escassos. Dias de descanso em casa não são para mim. Só me stressam mais. Os fins-de-semana bastam-me para isso.
Depois no decorrer da tarde (e com o cérebro mais acelarado do que devia) tenho a estúpida ideia de enviar mensagem ao L. porque curtia bué estar com ele e já não o vejo há mês e meio. Erro fatal porque ele diz que só quer café e depois deixa de responder. Vê e deixa de responder!! Entrei em stress e detestei porque eu não me costumo sentir assim. Comecei a verificar o telemóvel de minuto a minuto à espera da notificação que nunca mais apareceu. Fiquei ainda mais acelarada e nervosa. Senti que precisava de acalmar e fui ouvir a minha música. Não foi suficiente. Precisava de exteriorizar. Isto aconteceu mesmo a tempo do jump que eu não tinha reservado mas liguei para a Prof e ela disse para eu aparecer. Fui e apesar de estar constantemente a olhar para o telemóvel, dei tudo no jump, não me doeu nada e adorei voltar à prática (já lá iam duas semanas). Senti que era mesmo essencial para canalizar toda a tensão que eu estava a sentir. Ajudou-me muito e fico satisfeita por entender que consegui identificar em mim um comportamento que não estava normal e atuei sobre ele. Continuo ligeiramente ansiosa por ainda não ter tido a resposta que procuro (e até aposto que vai ser mais uma vez daquelas em que ele entra numa introspeção do caraças e diz que tem que se afastar de gente no geral, ou isso ou arranjou uma girl e já não quer estar comigo - sei que não devia mas prefiro a primeira opção). Conheço o L. e já esperava que isto acontecesse mais tarde ou mais cedo mas o que me lixa é o ghosting, o deixar conversas a meio. Já no início do ano ficou três meses sem me falar porque precisava de tempo para se encontrar (complicado o rapaz...) e isso não me afetou. Mas hoje o embate foi diferente. Sobretudo (creio eu) porque de facto já estava meio desalinhada com esta mudança de ares. Estivesse eu numa semana de trabalho normal e isto caía de forma diferente. Agora assim e tão mal explicado, fico lixada. Mas bem, também não me vou prender a aguardar resposta de Vossa Excelência. Espero amanhã acordar mais leve e talvez na quarta ou quinta faça a mochila novamente nem que seja para ir ali e vir. Sei que essa é sempre uma alternativa segura, por muito irónico que isso pareça.