Aquele momento do semestre
Os inícios são complicados. Os fins pior ainda. Mas não tiremos mérito aos inícios de nos deprimirem, nos carregarem os ombros, nos deixarem na expectativa defraudada, nos fazerem sentir solitários e incapazes. Estou naquele momento do semestre em que acho que o que tenho pela frente é demasiado para aguentar, que não vou ser capaz de o fazer bem. Estou assustada e com receio do que tenho pela frente, das novas exigências. Olhando para trás, o primeiro ano de ensino superior foi childs play. Era estudar e fazer testes. Neste momento, tenho marcados trabalhos e apresentações que me assustam até à ponta dos cabelos. Trabalhos e apresentações universitários. Fui preparada para isto até ao décimo segundo mas, depois de um ano inteirinho cá sem fazer qualquer trabalho, vejo-me muito mal preparada e, sobretudo, com um medo enorme das apresentações à frente de colegas e professores com um nível de exigência muito diferente. E dos colegas! É que até vergonha tenho de fazer uma pergunta numa aula. Como é que vou apresentar um trabalho? Ando a pensar nisto desde o verão e tenho consciência de que quanto mais penso, maior é o problema e até nem devia ter problema nenhum porque tenho um à vontade razoável mas só eu é que sei o que às vezes me custa manter uma postura sociável e descontraída. É uma luta interna que às vezes resulta e outras vezes não. E o pior é a pressão que estes pensamentos e preocupações precoces colocam em mim. Estou a entrar num processo auto destruidor e tenho noção disso. Tenho que avançar, tenho que crescer, tenho que evoluir, tenho que participar mais nas aulas, ir a conferências, ter atitudes mais ativas no campo académico e profissional. Ter uma licenciatura vale pouco se isso for tudo o que houver para mostrar. É insuficiente e a altura de fazer mais é agora. Tenho que me mentalizar. Não ter receio do trabalho, de falhar. É hora de evoluir.