Bem-vindos 26
No passado domingo foi dia 17 de julho, neste caso, de 2022. Esta é uma data particular que, na maior dos anos anteriores, tenho temido. No dia de aniversário há uma pressão para celebrar e estar feliz. E por causa disso eu sinto-me triste. Este ano já me sentia diferente. Talvez por no ano passado este dia ter sido tão mau e irrelevante, dseta vez quis agarrar as rédeas da situação e marcar um ganda jantar com a minha família. Marquei restaurante e até mandei fazer um bolo. Quanto à celebração em si, eu não podia ter pedido por melhor. Foi maravilhoso. Juntei vinte pessoas que não se juntavam há anos (porque famílias e muitas chatices) e, provavelmente por estarem todos mais velhos e a ver o tempo passar rápido, a boa-disposição foi geral e o sentido de união único. Pessoas que mal se falavam, riam juntas e abraçavam-se. O meu maior presente foi esse mesmo. Correu tudo bem e não podia estar mais contente com isso. Senti mesmo felicidade quando vi pessoa a pessoa chegar. Senti aquele quentinho bom e o sorriso a cobrir a cara toda. Fiquei mesmo contente.
Perguntava-me o meu irmão como é que fiz este ano para ter uma atitude tão diferente perante o dia de aniversário (pois ele já sabe que ambos desgostamos deste dia). Respondi-lhe, muito honestamente, que estava farta dos 25 e portanto que viessem os 26. É exatamente isso que tenho vindo a sentir. Este último meio ano foi bastante chato de passar (to say the least) e só quero que passe. Foi um inverno demasiado longo, em vários sentidos. Entrar no verão foi quase que uma novidade para mim, senti como se já não me lembrasse o que era verão e sol e calor e brilho e vida leve. Claro que dizer que agora a página dos 26 é que vai ser diferente é ingénuo e faz pouco sentido. A ver vamos mas vontade para que seja, há!
Despedi-me dos 25 com uma semana excelente em que voltei a um lugar onde já fui muito feliz e essa felicidade repetiu-se. Despedi-me dos 25 anos a partilhar com as amigas segredos guardados há anos e que foram recebidos sem julgamentos. A celebrar com elas e com uma velinha usada no meio do Marés. Tive saudades do R. mas a memória desta noite é feliz.
Entrei nos 26 de salto (e ainda não voltei aos rasos), de vestido a sentir-me senhora de mim, a esforçar-me para meter a minha vida nos eixos, a sentir-me livre.
E entrei nos 26 com um dos melhores orgasmos de sempre, absolutamente sozinha, só com um brinquedo novo que comprei. Fds, se felicidade não é isto!