Da Ericeira à Nazaré #1 (sábado)
Nem foi bem da Ericeira nem foi bem até à Nazaré mas dizer os nomes das terrinhas ficava uma tag muito comprida, portanto simplifiquei. A aventura começou quando no sábado fui de autocarro para Lisboa. Cheguei e estava aquele calor horrível a marcar o início da vaga. Fui para o exato mesmo sítio onde o R. me tinha deixado há dois atrás quando nos despedimos. Vi a autocaravana ao longe e depois quando ele parou ao meu lado no passeio e abriu a porta foi mesmo um gigante throwback. Tudo muito na boa. Não houve awkwardness (que eu receava bastante). Rapidamente nos voltamos a familiarizar um com o outro e voltamos a 2020. Eu para o banco do pendura e ele ao volante. Exatamente igual a 2020. Sento-me e sinto algo no meu banco. Um presente do R. para mim. A primeira boa surpresa destes dias. Mesmo boa porque era o livro da Joana Marques e se eu fosse a comprar algum livro seria esse com toda a certeza. E foi mesmo acaso porque ele não a adora tanto como eu e desconhecia por completo o meu interesse tanto na Joana Marques como neste tipo de humor no geral.
Na realidade e uma das partes interessantes desta história é que (a brincar, a brincar) eu e o R. conhecemo-nos há dois anos mas só estivemos fisicamente juntos durante cerca de uma semana. É engraçado como nos conhecemos de forma tão limitada e tão vasta também.
Seguimos então para a primeira paragem que se revelou uma das mais importantes da semana: a Foz do Sizandro. Há ali um parque de autocaravanas mesmo junto à praia o que dá paisagens incríveis e uma vibe de início espetacular. Outro dos pontos altos desta viagem é que, ao contrário da costa vicentina onde não se pode pernoitar junto à costa, aqui na costa oeste pernoitamos sempre junto ao mar e sem stress porque não é proibido e as condições para os autocaravanistas são bastante boas até.
Estacionamos, fomos à praia ver o pôr-do-sol e caminhar um pouco pela areia. Conversamos e voltamos para a AC. Tomei banho e o R. cozinhou bifinhos de frango com massa. Bebemos vinho tinto de caixa (senti-me mesmo o meu pai mas fui na onda). Jantamos a ver o concerto dos Da Weasel no tablet. Foi um bom início de reencontro porque Da Weasel foi a banda sonora que nos acompanhou em 2020. Depois do jantar, arrumamos tudo e fomos a um cafezinho lá da praia que tinha jogos. Isto já é tipo tradição para nós. Começamos sempre na primeira noite num salão de jogos. Desta vez foi igual acompanhado de uns licor beirão que fomos partilhando. Acho que ganhei o primeiro jogo de setas e depois ficamos na conversa com os donos do café até às tantas da madrugada (não fosse o R, o R...). Voltamos para a AC já aos abraços e claro que fizemos maçãs. O R. está com um ligeiro problema na anca (inclusivamente está de baixa) e nota-se a diferença na performance mas por um lado até acho melhor porque ele antes era demais e agora está só bem e mais ao meu ritmo. Dormi muito bem nesta noite e sem dúvida que senti o tempo a voltar a atrás, exatamente como queria.