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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

18 de Maio, 2022

Deixar Ir

Inês

Ontem foi um dia triste e hoje também. Só penso no quanto gostaria de te ter, de viver contigo, de partilhar o dia-a-dia simples. Foi aquilo que ficou por fazer entre nós. Por tentar. Viver juntos finalmente. Houve uma altura em que o quis muito e podia completamente e tu não. E depois tu querias e podias e eu não. E agora ainda não. E parece-me louca a ideia de partilhar o T3 contigo, a minha mãe e a minha gata mas é uma louca ideia que não me tem saído da cabeça. Não sei o que a vida me reserva. Se estou a desperdiçar o mais próximo que tirei de felicidade em deixar-te ir. Tenho muito medo de nunca mais conhecer alguém apesar de não ter medo de estar sozinha. É contraditório, eu sei, mas acho que estou a sofrer de um pico de pressão social e comparativa em relação a ti imposta por mim própria. De repente só quero ter alguém. Parece-me tão difícil ter que conhecer alguém do zero, passar por todos aqueles desafios até ter confiança para ser e estar à vontade. Contigo já tinha tudo isso. Faz-me lembrar quando apresentei a carta de demissão lá na empresa e depois o chefe passado uma semana presenteou-me com condições que nunca imaginei possíveis naquele sítio. E voltei atrás, aceitando ficar porque o que eu procurava fora, de repente estava ali para mim. É mais ou menos o mesmo contigo mas muito mais complexo. E independentemente de eu saber ou não que te quero novamente (que não sei), não tenho o direito de voltar a criar-te um dilema. Tenho que te deixar ir, com quem quiseres e ao ritmo que quiseres. Mas custa. Custou ouvir-te ontem. Mandaste uma mensagem a dizer que querias falar comigo e do nada fiquei uma pilha. Coração a palpitar, transpiração, nervos. Pensei que tivesses sentido o mesmo que eu e não parasses de pensar em terça. Mas não. Aparentemente sou apenas a pessoa com quem tens maior confiança para dizer que finalmente estiveste sexualmente com outra pessoa e agora não sabes que tipo de abordagem ter com a rapariga. Que btw, nem sequer é a que me tinhas falado! (E o burro fez sem proteção o que já me lixou a via verde para situações futuras, enfim..). Querias a minha opinião, dei-ta e até pareceu útil. Mas não aguentei e tive que pôr as minhas cartas em cima da mesa. Disse-te que não tinha parado de pensar em ti, que tinha sentido tudo outra vez, que sabia que não era justo da minha parte e que te desejava o melhor, que não tivesses pressa, que deixasses todas as portas abertas. Isto entre lágrimas claro, não fosse a puta da TPM que me faz estar com as emoções todas à flor da pele. Foste solidário mas informaste que tinhas posto um bloqueio. Afinal de contas eu não sou de fiar. Hoje é azul, amanhã o amarelo. É legítimo. Terminamos a conversa em bons termos, prometendo voltar a falar porque hey somos amigos e daqueles que se conhecem mesmo bem.