Fui ao psicólogo #3
Esta semana tive a minha terceira sessão com a psicóloga. Não levei nada que quisesse abordar. Foi uma semana agitada de muito trabalho e muito drama familiar. A cabeça andou em piloto automático e o lado positivo disso é não haver tempo para sentir ou pensar cenas mais negativas. Falamos do R. e deixei sair mais uns quantos detalhes porque ela focou no tipo de relação que eu tinha e no quão séria se poderia tornar. Segundo ela, a partir do momento em que há a expressão de sentimentos de parte a parte, há toda a legitimidade para se questionar o tipo de relação que se tem e pensar num futuro a dois. Entendo. Mas não se aplica neste caso. Estamos bem e felizmente esta relação funciona sem ter que ser oficial. É oficial entre nós os dois e isso chega. Nem eu quero outra coisa. Depois focamos na minha mãe que esta semana foi muito abaixo (disse-me que não queria estar aqui, que não tinha vontade de viver há muito tempo, que o último ano e meio custou muito e cada vez mais e que a dor é muito grande). Ouvir estas coisas de uma mãe custa. Sei que ela não tem culpa de as dizer e que não as quer sentir, mas isso só piora a sensação com que fico depois de a ver completamente fragilizada a desfazer-se em lágrimas e lamúrias. Senti que a psi não me ajudou em praticamente nada nisto de lidar com a depressão da mãe. Disse-me aquele tipo de conversa que eu poderia ter mas eu já a tinha tido e as coisas que disse foram basicamente o que ela sugeriu também. Foi uma validação do que eu fiz, pelo menos, apesar de não me ter servido de muito. É daqueles casos em que o que se vê é mau mas poderia ser muito pior. Então, apesar de parecer que nada do que se faça tem real impacto, na verdade o efeito está lá. Enfim, nesse aspeto foi uma semana de merda.
No trabalho, já não foi bem assim. Tive muito trabalho porque ando em visitas externas às lojas e basta um dia fora do escritório para o trabalho entupir completamente. Mas é bom para manter a cabeça ocupada. E além disso tive imensas ideias novas que posso implementar agora no início do ano. Reparei que, desde o covid, que se instalou em mim uma sensação de "deixa andar, ninguém pode fazer nada então também não tenho que fazer". Tanto a nível pessoal como profissional. E do lado profissional sinto que demorei a descolar deste mindset. Apesar de não estar em teletrabalho e de no último ano ter surgido a Cátia lá na empresa (o que me obrigou a mudar o meu trabalho), nos últimos meses a sensação de me arrastar pelo escritório foi das mais frequentes. Esta semana veio dar me um novo fôlego.
E talvez por a semana ter sido tão roda no ar, o fim-de-semana chegou como cereja no topo do bolo. Fui passá-lo a Lisboa com o R, quinze dias depois do fds que correu mal. E este fim-de-semana, ao contrário do último que tivemos juntos, foi espetacular. Senti-me feliz e apaixonada e estávamos em sintonia em tudo. Fizemos coisas novas, passeamos e conversamos. Passamos bons momentos. Daqueles que valem bem a pena e que me fazem vir para cima de coração cheio. E até nem muito triste com pressa de voltar a ter. Simplesmente tranquila. E que bem que sabe.