Is it a love story? #6
Chego a casa depois de mais uns dias passados com o R. Uma vez mais, a diferença de energia é a pique e deixa-me em lágrimas, agora que regresso a estas paredes que são a minha casa. A mãe está mal e eram oito horas, logo que cheguei, quando tomou a medicação para ir dormir. A casa está suja e desarrumada. E sinto tantas saudades do R. que nem sei explicar. Vejo em que dia do ciclo estou e percebo que estou a entrar na fase complicada. Faltam dez dias para o período e por isso as lágrimas caem mais facilmente. Tenho tanto na vida e de repente só quero voltar para uma casa e para uma cama ocupada e um género de família onde me inserir. Fico com tanta vontade de ter alguém, uma companhia certa e sustentada e o vazio é tão grande. Quero tanto o R. e adorava continuar a ser companhia dele para o resto da noite e no regresso a casa. Mas não. Ele vai ter com a família dele e eu tenho que me contentar com a minha. Um vazio que cresce mas que não existia. Não sei o que fazer com este vazio. Vou ver uma série ou venho escrever para aqui. Sei que o vazio faz parte do bom que foi. Sei que passa e amanhã estou melhor. Estas festividades também não ajudam. Estes balanços de fim de ano não ajudam. Estas retrospetivas não ajudam. Parar para pensar não ajuda. Mas depois queixamo-nos que vivemos a vida em piloto automático. Tudo é um dilema sem resposta e tudo faz parte. Amanhã estou melhor e desejo que não tarde até o ter nos braços novamente.