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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

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11 de Outubro, 2021

O Ginásio

Inês

Em Agosto a professora de jump informou que iria deixar de dar uma das aulas semanais e isto deixou-me um pouco triste e comecei logo a magicar formas de substituir essa atividade física por outra. Esta atividade de jump é daquelas aulas de grupo (tipo da junta de freguesia), ou seja, não estão inseridas em nenhum ginásio ou escola. Fazia três dessas aulas a cada semana o que já era uma bela quantidade e passar a fazer apenas duas aulas não era opção para mim. Pensei então em inscrever-me num ginásio! Manter a atividade física é imperativo para mim pois já compreendi o quanto me ajuda, sobretudo, ao nível da gestão de stress e bem-estar emocional. As vantagens passam pela variedade dos tipos de treino possíveis e, sobretudo, pela componente social que pode trazer. Onde eu estava eram só mulheres de meia idade. Num ginásio, o leque social é maior e isso é sempre positivo. Acabei então por me inscrever num ginásio aqui da zona que não obriga a fidelização e a mensalidade é razoável. Outra das razões que me levaram a escolher este ginásio prende-se com o facto de lá andar uma colega minha de faculdade que já não via há anos mas que sempre foi das mais porreiras que tive. Voltar a criar lanços com ela, é sem dúvida, um plus.

Admito que comecei esta aventura com o pé esquerdo. Fui-me inscrever num primeiro dia e não fiquei nada satisfeita com o atendimento que recebi. As condições foram mal explicadas, não me foram dadas a conhecer as instalações nem as regras do ginásio e senti que foi só pagar e sair. Nem sequer trouxe qualquer documento nem fatura. Fiquei chateada comigo mesma porque aceitei o que me disseram sem questionar grande coisa, saí e senti-me vazia e sem grande incentivo. Duvido que isto seja o objetivo quando alguém toma a decisão de se inscrever num ginásio. Liguei no dia seguinte e atendeu-me outra pessoa que, essa sim, foi muito simpática e disponível para explicar tudo direitinho. Afinal, há ali profissionalismo e recebi logo no email os documentos todos e todas as explicações que faltaram.

Passado dois dias decidi então meter o saco de desporto no carro e fugir das desculpas que o meu cérebro já estava a dar. Não pela questão do exercídio físico em si porque disso eu gosto. Mas admito que a parte de entrar num ginásio, com aquele certo tipo de pessoa de ginásio (sei que tem um quê de preconceito mas verificou-se que é real) me deixava um pouco nervosa. Não é um ambiente no qual eu me sinta confortável. Mas lá fui, sozinha (porque a minha colega de longa data me deixou na mão nesse dia) e atirei-me aos leões. O ginásio é bastante pequeno. Diria até pequeno demais tanto em área como equipamentos e pessoas. O ambiente é porreiro sim, quase todos se conhecem e decoraram logo o meu nome. Mas bem, a primeira semana de ginásio já passou. Fiz uma aula de cycling, uma de HIIT e outra de Crosstraining (que é como quem diz crossfit). Devo dizer que me surpreendi com o quão atléticos temos que ser para estarmos ao nível de ginásio. Eu pensava que um ginásio tinha uma componente mais transversal a nível de capacidade física mas não. Todas as aulas foram demais para mim e só pioraram. E eu não sou nenhuma atleta mas faço cardio três vezes por semana e consigo correr 10 kms. Pareci em tão "má" preparação física que o intrutor na sessão de crosstraining quando me viu a pôr os pesos mais leves na barra me perguntou se eu queria fazer fisioterapia em tom de gozo e depois quando me viu a levantar a barra, disse "esquece, faz só com um". Ahahahahhahahah É um desafio e a dificuldade das aulas não me deitou abaixo, nem todas as imensas dores que tive ao longo desta semana. Afinal increvi-me num ginásio para que algo mudasse e a resistência física e muscular também fazem parte dessa mudança. Aliás, as dores de certa forma são boas porque é como se provassem que efetivamente treinei e bem. Agora tenho que explorar mais aulas pois até poderão haver aulas que me interessem mais (eu até pensava que ia adorar HIIT mas não gostei tanto quanto pensava) e ganhar coragem para ir à sala das máquinas para fazer pelo menos um bocadinho de passadeira. E conhecer pessoas e tentar estar confortável ali naquele espaço que me é tão estranho. Eles parecem todos amigos, espero que daqui a umas semanas eu também sinta que o são.