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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

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26 de Abril, 2022

Parar para descansar

Inês

A semana passada teve só quatro dias (como esta, aliás) mas pareceram-me dez dias seguidos. A TPM é lixada. Fico uma pilha de nervos com todas as emoções à flor da pele. Há sempre um dia em que é certinho que vou chorar compulsivamente a achar que tudo vai correr mal. Apesar de já saber como as minhas hormonas se comportam, não fica mais fácil aguentar a tensão. Além disso, a semana passada também foi crítica pois a Fofinha teve que ser internada devido a diversos problemas de saúde que apareceram. De repente, o cenário ficou negro. E eu destrambulhei-me toda emocionalmente. Não conseguia dormir direito nem minimamente descansada. Estava sempre em alerta para ver como a Fofi estava. Na sexta arrastei-me para o trabalho. Foi dos dias em que me custou mais e senti que a minha cabeça estava completamente fora da empresa. Ter ido ao escritório foi puramente uma obrigação laboral sem sentido. Depois (e meio que infelizmente) já tinha um fim-de-semana planeado com as minhas amigas fora de casa pelo que nem sequer ansiei que chegasse o sábado pois já sabia que descanso não ia ter. E pior, ia estar longe de onde sou necessária e queria estar. Mas a vida é assim. E ter planeado este fim-de-semana de lazer também foi importante sobretudo porque era com as minhas pessoas favoritas e íamos conhecer um sítio novo. E o plano já tinha algumas semanas e estava pago. Depois para adicionar à festa de merdas que aconteceram e calharam mal, a minha mãe teve que ir para Lisboa para uma consulta o que a obriga a estar três dias fora de casa. Felizmente, o dia em que ela sai é o exato dia em que eu regresso. Isto já é a segunda vez que acontece precisamente desta forma. Creio que não preciso de saber como vai ser à terceira (o que faz com que fique ainda com menos vontade de passear). No momento crítico que é, a Fofi ficar sozinha quatro horas é muito. Por isso se eu já não tinha vontade de ir ao escritório depois do reboliço que foi a semana passada, então foi com ainda menos vontade que fiquei e portanto liguei ao meu chefe e pedi para tirar esta semana de férias. E sobre isto é curioso como a vida é lixada e o quanto nós a complicámos. Eu andava já há umas semanas com um problema na cabeça por resolver que era simplesmente arranjar um plano para a semana de férias que marquei em Junho. Não tenho plano com ninguém e nem faço grande questão. Estava numa de voltar a fazer algo a solo. Porém, a minha cabeça estava um nó por causa de uma pressão artificial que eu criei para arranjar um plano ou não arranjar um plano e ir na mesma mas fazer algo efetivamente que me dê gosto no final. Porque agora eu sinto pressão em tirar férias e quais os melhores dias/semanas para o fazer e o que fazer com elas! Chega a ser ridículo. Supostamente as férias são a melhor parte da vida e são tão escassas! E vai-se a ver e são a fonte de um problema. Porque no resto do ano é tudo fácil. Vou trabalhar e pronto. Os dias correm bem, gosto do que faço e com quem faço e a vida normal é espetacular na maior parte das vezes. Mas depois temos que tirar 22 dias de férias. E eu acho que os tenho que aproveitar bem porque são só 22 dias. E depois não sei o que fazer e tirar dias para ficar em casa está absolutamente fora de questão. E chego a um ponto em que por uma data de razões, quero lá saber dos dias e tiro-os agora porque preciso urgentemente de ficar só em casa. De descansar. Sem ter horários para me levantar, sem ter que picar o ponto, sem ter que ouvir as mesmas pessoas do gabinete. Só quero estar em casa a olhar para a minha Fofinha, a dar-lhe de comer de seringa porque agora é assim até ela ficar boa (e por favor que isso aconteça), a dormir com ela, a fazer-lhe festas. Até trabalho, oriento as minhas responsabilidades porque gosto do que faço e consigo fazê-lo a partir de casa. Só não me obriguem a estar longe. E eu não tenho filhos por isso sei que é à partida é uma comparação mal amanhada mas a Fofi é o mais parecido a um filho que eu tenho. Faço o que for preciso e só quero cuidar dela enquando tiver a sorte de a ter comigo. Sinto um amor imenso que só cresce a cada dia que passa. E vê-la a envelhecer parte-me o coração. Custa muito e vai custar porque há coisas que não conseguimos evitar mas enquanto a tenho, é tudo para mim e farei tudo por ela.