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Teenage Dirtbag

yound adult na tarefa árdua de tentar ser alguma coisa de jeito.

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02 de Março, 2022

Pensamentos de Dias Negros

Inês

Desde quinta-feira que há um peso sobre os meus ombros e os meus pensamentos. É com constante incredubilidade e pesar que vejo as notícias, que as leio. Não me consigo afastar durante muito tempo apesar de saber que o devia fazer. "Os loucos anos 20" do século XXI são puramente isso: loucos. Começamos 2020 com o covid e agora começamos 2022 com a ameaça nuclear. Não sei o que pensar. Tudo é absolutamente irrelevante à beira desta realidade. Estará o futuro da Europa nas mãos de um homem que parece estar louco? Sinto medo, por todos. É um medo que paralisa. Penso sobre aquela coragem e admiro-a claro. Mas penso no que eu faria ou que pensava. Sei que o que está a acontecer é uma ameça aos nossos valores mais importantes como a liberdade e a democracia. Que Putin quer a Ucrânia e se a tiver, quererá o resto e o resto somos nós. Mas eu realmente não estaria disposta a dar a minha vida para continuar a ser portuguesa se me dissessem que eu iria passar a ser parte de Espanha. Entendo que nós portugueses temos o privilégio de o ser há séculos o que é radicalmente diferente do que acontece na Ucrânia e com outros países ex-soviéticos. Há um espírito de independência ainda muito fresco que, diria eu, nós não temos da mesma forma. Temos o nosso Portugal como absolutamente garantido. Não sei... Nunca pensei nestas coisas. No mundo em que vivia, não se resolviam coisas com violência mas sim com conversa e diplomacia, com maturidade. Estar num estado de tensão, de guerra fria, é absolutamente improdutivo para todos, para tudo. E o pior é que não se prevê uma forma que tudo termine em bem. Há egos. Não me parece que o Putin ceda de braços a abanar. Eu desejaria mais do que tudo. Podemos dar-lhe algo em troca de paz? Mas os ucranianos não aceitam em dar-lhe algo só porque sim e eu entendo essa perspetiva. Não é justo. Já ter perdido tanto e perder mais ainda só para não perdermos todos. Ainda assim, parece-me apenas o melhor cenário. Abre portas a outros eventos semelhantes, eu sei. Mas dar tudo a perder só para marcar uma posição parece-me a mim também tão imaturo. Não é, eu sei. É de enorme valor. Mas enfim. Nem tenho questões, nem tenho dúvidas. Tenho mais medo que quase tudo o resto. E parece tudo tão irrelevante. Sinto uma grande necessidade de ouvir pessoas a falar sobre isto a ver se alguém entende o homem, se há lógica, se há esperança em finais felizes. Continuo à procura, sempre na expectativa de abrir a internet e ler que este pesadelo acabou.