Thoughts on week 5
A semana passada passou-se bem. Foi diferente, sem dúvida. A minha mãe foi para Lisboa e eu dividi-me entre duas casas: a minha e a do meu pai. Não que eu tenha problemas em viver sozinha mas, na ausência da minha mãe e da fofi, surgiu a oportunidade de experimentar estar com o meu pai. Dormir lá, acordar, jantar e passar o tempo com eles. Já não vivia com o meu pai há dezasseis anos (momento do divórcio) e com a minha irmã nunca vivi. Por isso, encarei com algum entusiasmo esta possibilidade. E tem sido giro. Estou mais próxima deles e tenho a oportunidade de ser cuidada que é algo que sabe bem.
Noutra esfera, o R. tinha viagem marcada com a família para Itália. Obviamente faz-me um bocadinho de comichão e esforço-me muito para não pensar nessa situação. Acho engraçado a forma como eu consigo identificar aqueles pensamentos e dúvidas que são maus para uma relação (e sobretudo para mim) e vão criar confusão se os verbalizasse e ele simplesmente verbaliza tudo o que lhe vem à cabeça. Todas as inseguranças, questões, situações que desgosta, ainda que se apresse depois a corrigir, não tem problema em mostrar-se vulnerável. Acho que isso tem sido das maiores aprendizagens que tenho tido com o R. Eu sou toda teoria no que toca a relações saudáveis mas na realidade faço uma gestão interna significativa para manter certos muros levantados. Fica difícil definir se sou eu assim mesmo ou se sou eu no contexto desta relação mas efetivamente adotei completamente a postura de deixar que o R. abra portas no que toca à verbalização de sentimentos e só depois de ele o fazer é que eu coloco as minhas cartas em cima da mesa. Entendo que isto não é o mais certo mas, vistas as circunstâncias desiquilibradas em que estamos, parece-me a forma mais certa de estar para mim. Porém, e depois de o ver ser vulnerável e de se expôr, acompanho e a magia acontece. Então, desta vez, e na antecedência de ele viajar, expus-me e disse que isto me estava a deixar inquieta e que sentiria a sua falta se não me falasse durante os três dias. E ele disse que isso nunca iria acontecer e que inclusivamente iria fazer tudo para me ligar e na realidade nem senti falta nenhuma porque, de facto, ele cumpre e excede sempre. Esteve sempre lá. Também ocupei bastante o meu fim-de-semana para andar de um lado para o outro e assim sentir menos. Mas tinha medo que esta viagem os aproximasse mais e uma certa esperança maquiavélica que fosse a gota em cima de uma relação já acabada. Na realidade, ainda não sei exatamente o que foi mas pelo que parece e no que toca a mim estamos iguais ou melhores. Na sexta matamos saudades.