Thoughts on week 6 and 7
A semana passada foi um bocado merda e esta está a ir pelo mesmo caminho. Não aquela merda mesmo de energia em baixo mas mais naquela vertente em que sinto que estou só por aqui a navegar sem grande intenção. Na semana passada também estive doente, com uma grande gripe. Sentia-me fisicamente mal e tinha zero vontade de produzir seja o que fosse. Nestes últimos dias sinto-me melhor mas a vontade continua em mínimos. O trabalho vai fluindo sem grande urgência nem pressão. Treina-se ao final do dia na esperança de sentir alguma satisfação adicional. Levanto-me a pensar quando me posso deitar outra vez. Está frio e acho que tudo é chato (pelo menos a minha dermatite no rosto parece estar praticamente curada; não foram os 50€ que gastei na dermatologista que me resolveram mas sim uma recomendação de uma colega de trabalho; enfim, está resolvido). Só penso na sexta, altura em que o vejo outra vez, para umas mini-férias de carnaval. Não creio que viver uma semana inteira só a pensar na sexta seja uma boa forma de viver. Mas também desengane-se quem acha que a vida pode ser diferente. Saber que à sexta vamos ser felizes já é uma grande sorte. Até lá ser apenas funcional já é bom. A minha mãe continua em lisboa, já lá vão três semanas. Parece que está bem e isso é bom. Eu tenho estado muito pouco tempo em minha casa. Acho aquelas paredes muito vazias e sem grande sentido. Não há objetivo ali sem a Fofi e sem a minha mãe. E quando a minha mãe vier e sentir o vazio vai ser mil vezes pior. Por isso, acho que se torna mesmo necessário adotar outros amigos de quatro patas. Ainda que nada substitua a Fofi e eu não procure nada que a substitua, secalhar tenho só que perceber que me tornei este tipo de pessoa que necessita e para quem faz todo o sentido ter animais de estimação. E mais ainda a minha mãe. Apesar de todas as limitações que isto nos traz, o amor e carinho que se recebe e que se dá a outro ser ultrapassa em larga escala. É necessário e faz sentido para mim, para ela e para ambas. E terei que encarar mais à frente a necessidade de me desapegar quando o momento chegar. Tenho que ser forte e racional e fazer o que é preciso, quando é preciso. E neste momento o preciso é adotar dois gatitos e assim aumentar a chance de estar bem. A saga com o R. lá continua. Às vezes cai-me mais a ficha e venho-me abaixo ou fico com aquela sensação estranha e prolongada de quem só está a fazer merda da vida. Ouço-o dizer que já pensou em vivermos juntos, de que está cansado de mentir e que secalhar tem que parar de mentir lá em casa, que quer é ficar comigo para sempre (seja lá o que isso significa), que pensa muita coisa que não me pode dizer já, que quer fazer férias comigo agora no carnaval, na páscoa e no verão, férias grandes como os casais verdadeiros fazem. E eu ouço isto com um brilho nos olhos como se fosse aquilo que eu quero. Na realidade sei perfeitamente que não irá acontecer. Enquanto ele conseguir ter os dois mundos, terá e não o condeno por isso. Não o condeno de todo. Meti-me nesta situação e sabia desde início o quão complicada era. Meti-me na lama e agora há que lidar. A minha mãe diz para eu aproveitar e ser feliz. Não acho que seja o melhor conselho mas é aquele que quero ouvir. Não sei o quão mal ficarei no fim desta história. Quantas oportunidades estarei a perder noutros lados. E ele diz-me, entre conversas ciumentas (que para mim são uma autêntica novidade e até me aquecem mais o coração) que não me quer prender mas que ficaria triste se eu estivesse com outras pessoas e, de alguma forma, sempre que isso acontece desentendemo-nos. E eu própria fico com a sensação de estar a fazer algo errado, apesar de tudo ter sido falado antes. Porque para mim é errado. Se já sei quem a minha pessoa, se já a encontrei, não vejo objetivo em procurar mais. Quero isto e ponto. E depois penso em como claro que não ia ser tão fácil. Claro que não. E debato-me outra vez com a mesma parede: quão errada estou eu nesta vida? Quanta merda estarei eu a fazer? E vem o diabo chamar-me à atenção e responsabilizar-me pelas minhas decisões (porque é mesmo isso que o diabo faz). Independentemente do final desta história, aproveita-a se é isso que queres, em consciência que o fizeste. É a única coisa que controlo no momento. O saber que estou a viver de acordo com a minha decisão. O que vai sair daqui é outra história e fica para a inês do futuro se preocupar.